Noam
Chomsky abriu sua apresentação fazendo uma saudação a Lula. “Não posso deixar
de notar a ausência da pessoa que seria por direito nosso candidato do Brasil.
Conheci Lula há alguns anos, pouco antes de ele assumir o governo. Fiquei
impressionado e tenho mantido essa boa impressão”, disse.
O
filósofo segue atento às transformações do capitalismo e preocupado com o destino
da democracia. De passagem pelo Brasil, o linguista e filósofo de 89 anos
debateu o progressismo e o neoliberalismo ao lado de outros líderes
estrangeiros durante o seminário internacional da Fundação Perseu Abramo,
“Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar“.
Ao
final, ele também elogiou a condução do ex-presidente e do chanceler Celso
Amorim nas relações exteriores é deixou uma mensagem de esperança aos
brasileiros.
“O
Brasil viveu o sonho de ser o ‘colosso do sul’ há poucos anos, quando se tornou
o país mais respeitável do mundo sob a liderança do presidente Lula e Celso
Amorim. Não se deve subestimar os obstáculos, mas também não podemos minimizar
a capacidade do espírito humano em superar e prevalecer”.
Crise
da democracia
Chomsky
apontou que a ascensão recente da direita em democracias com longo histórico
progressista (mais recentemente, o parlamento da Suécia elegeu quase metade de
candidatos da direita) guarda algumas semelhança com os anos 30. “[A Suécia]
reproduziu um padrão dos anos recentes, sob o qual o centro tem decaído é os
partidos da extrema-direita ganham terreno.”
Ele
também refletiu sobre as consequências da ofensiva neoliberal que domina a
economia americana desde o fim dos anos 70, sob a missão de enfraquecer
sindicatos e solapar garantias salariais e trabalhistas. “Em termos reais, o
salário médio dos trabalhadores tem caídos desde os anos 70, quando começou o
avanço neoliberal de [Margaret] Tatcher e [Ronald] Reagan.”
Desde
então, avalia, o conservadorismo foi dando lugar a uma ideologia que ignora a
segurança social por completo e trata direitos como empecilhos ao avanço
econômico. “Antes da crise de 2008, o economista Alan Greenspan era considerado
um ‘santo’ e fez muito sucesso dizendo que o crescimento da economia dependeria
da crescente insegurança dos trabalhadores” disse. “Mas o que temos são
trabalhadores vivendo cada vez pior e amedrontados demais para pedir um
aumento.” (…)
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/brasil-foi-o-pais-mais-respeitado-com-lula-e-amorim-diz-chomsky/
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