A
operação "lava jato" derrubou o desempenho da construção civil no
Brasil e agora atrapalha a recuperação do setor. A conclusão faz parte de
estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, publicado no dia 11
de junho. Segundo a pesquisa, desde o início de 2014, quando começaram as fases
mais ostensivas da operação, a indústria da construção civil apresentou 14
trimestres de resultados negativos, com impacto negativo de 0,9 ponto
percentual por trimestre.
Segundo
pesquisa do IFI, do Senado, operação "lava jato" impede retomada da
construção civil, o que impacta em desempenho da indústria nacional.
O
estudo analisa que, mesmo depois da recessão econômica de 2015-2016, o
desempenho da construção civil permanece como "fator limitante" à
recuperação do PIB da indústria e da atividade econômica do setor. O leve
crescimento visto no primeiro trimestre deste ano deve-se à indústria de
transformação, diz o IFI.
De
acordo com o levantamento, a "lava jato" começou a mudar os rumos da
construção civil quando foi descoberto que grandes construtoras subornaram
diretores de estatais para superfaturar contratos. A partir de então, segundo o
estudo, houve uma queda nos investimentos públicos em obras, os bancos
dificultaram o crédito e consequentemente a receita dessas empresas também diminuiu.
Como elas têm grande participação no setor, a crise alcançou a construção civil
como um todo.
Recuo
O
resultado já era esperado. De acordo com a última edição da Pesquisa da
Indústria da Construção Civil (Paic), do IBGE, divulgada em junho de 2017, o
setor de infraestrutura foi quem puxou para baixo o desempenho da construção
civil em 2014 e 2015.
Segundo
o estudo, depois de recuar 9,6% em 2014, primeiro ano da "lava jato",
a geração de riqueza da construção civil caiu mais 7,8% um ano depois. Uma
queda de R$ 14,6 bilhões em um ano, resultando num PIB de R$ 172,6 bilhões.
O
resultado foi resultado da queda do PIB do setor de infraestrutura, que envolve
a construção de barragens, rodovias, portos, aeroportos e substações de
energia, entre outros. “As obras de infraestrutura são influenciadas pelos
desembolsos do BNDES, que reduziram nominalmente 20%, passando de R$ 69
bilhões, em 2014, para R$ 54,9 bi em 2015”, afirmou a pesquisa.
Gabriela
Coelho é repórter da revista Consultor Jurídico
Revista
Consultor Jurídico
https://www.conjur.com.br/2018-jun-18/lava-jato-derruba-desempenho-construcao-civil-pesquisa
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