Karl
Marx nasceu há duzentos anos, em 5 de maio de 1818. O mundo mudou muito desde
então – o antigo sistema colonial estava em seus estertores, a Europa se
recuperava das guerras napoleônicas e a paz da reacionária Santa Aliança
(Áustria, Prússia e Rússia), dominava o velho mundo.
O
modo de produção também mudava radicalmente, e o capitalismo, com suas
fábricas, a exploração dos trabalhadores e a disseminação do domínio do
dinheiro sobre todas as relações sociais, se consolidava aceleradamente.
O
menino que nasceu naquele distante 5 de maio cresceu e amadureceu como o mais
radical pensador da classe operária, aquele que melhor entendeu o mecanismo das
mazelas do capitalismo, e aquele que teria maior influência na mudança daquele
velho e carcomido mundo, educando a classe operária no rumo de sua emancipação
e da construção de um mundo mais justo e humano.
Marx
foi o fundador da moderna e mais avançada ciência da sociedade, o materialismo
crítico e dialético.
Contribuiu
como poucos para mudar o mundo em que viveu, e a ciência que desenvolveu
fundamentou a enorme mudança que ocorreu poucas décadas depois que deixou de
viver, com a Revolução Russa de 1917 que, inspirada em seu pensamento e nas
lições que deixou, iniciou pioneiramente a construção do socialismo e fomentou
movimentos pela liberdade em todo o planeta. A ciência conheceu, desde a
existência de Karl Marx, um avanço extraordinário, que envolve desde o
conhecimento do mundo material (como a física e a biologia), até a vida social
e o desvendamento de suas contradições, agravadas e tornadas mais complexas ao
longo do século XX. E, na melhor tradição dos ensinamentos herdados de Karl
Marx, o pensamento que fundou incorpora as conquistas desse avanço científico
para compreender o mundo objetivo, a natureza, e as relações entre os homens, e
agir para mudar a sociedade em busca de uma organização superior da vida.
O
mundo e suas contradições nunca foram estranhos ao marxismo, e este traço torna
perene sua atualidade. Que é amplamente reconhecida, como revelou uma pesquisa
feita na Inglaterra, em 2005, que apontou Karl Marx como o filósofo mais
importante e influente de nosso tempo, com 28% dos votos, muito acima do
segundo lugar, David Hume, filósofo apoiado pela revista inglesa The Economist,
oráculo do conservadorismo capitalista.
O
pensamento de Marx mantém, na comemoração de seus 200 anos, o mesmo frescor do
momento em que foi formulado. Continua de pé, ajuda a entender o mundo do
capitalismo e suas contradições, e educa legiões de trabalhadores e pessoas de
pensamento avançado a lutar contra este mundo injusto e desigual. O marxismo
não é estagnado ou engessado, mas vivo e atuante, agregando o conhecimento
moderno e se desenvolvendo de maneira permanente com a contribuição de inúmeros
pensadores que o enriquecem incorporando as conquistas da ciência
contemporânea. Repetindo o mesmo esforço feito pelo próprio Marx fez em seu
tempo.
A
justeza do pensamento de Marx desmente o renitente anúncio de sua derrota, que
os ideólogos da burguesia proclamam desde o tempo em que viveu, no século XIX.
Seu pensamento continua vivo e atual, mesmo porque subsistem os mesmos
problemas, contradições, a igual exploração dos trabalhadores por uma burguesia
tacanha e egoísta, que ele apontou em suas análises científicas e políticas.
O
pensamento de Marx continua vivo e orienta, neste início do século XXI, a luta
dos trabalhadores e dos povos contra a opressão capitalista. A mesma luta, como
ele ensinou, pela radical e completa emancipação da humanidade.
http://www.vermelho.org.br/editorial.php?id_editorial=1787&id_secao=16
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