O
processo de envelhecer nos obriga a enfrentar a perda de entes queridos, a ver
nossos filhos saindo de casa e a enfrentar transformações físicas, como níveis
de energia reduzidos.
Esse
tipo de evento “pode dar lugar a emoções negativas, como tristeza, ansiedade,
solidão e autoestima reduzida“, segundo a American Psychological Association.
O
envelhecimento também pode ser acompanhado por uma série de transformações
positivas, como oportunidades para viajar, mais tempo para passar com os netos
e a oportunidade de adotar novos hobbies.
“Mas
qualquer tipo de transformação, mesmo que seja positiva, pode gerar emoções
diversas que incluem ansiedade, solidão, depressão e a sensação de que você não
vai dar conta“, disse Connie Habash, terapeuta conjugal e familiar em Menlo
Park, Califórnia. Por isso, priorizar nossa saúde mental é uma necessidade de
primeira ordem, especialmente na terceira idade.
Veja
abaixo algumas coisas que você pode fazer para se dar apoio emocional durante a
jornada do envelhecimento.
1. Meditar
“A
meditação é uma ótima maneira de proteger nossa saúde mental quando ficamos
mais velhos“, disse Jodi Baetz, assistente social clínica e autora de Mindful
Is the New Skinny. “Não apenas ela treina o cérebro para aumentar sua atenção e
concentração, como combate a ansiedade e favorece nossa capacidade de sentir
prazer com o dia-a-dia da vida.”
Para
Baretz, a meditação também pode elevar nossa tolerância do que é desconfortável
e ajudar a nos tornar menos avessos a mudanças, algo que reduz o estresse e a
sensação de sermos dominados por coisas das quais não damos conta. E estudos
revelam que a meditação pode ajudar muito a prevenir o declínio cognitivo
relacionado à idade.
2. Ficar conectado
À
medida que as pessoas envelhecem, pode haver uma tendência ao isolamento.
Aposentar-se, ver seus amigos falecendo e seus filhos saindo de casa, tudo isso
pode contribuir para o isolamento social do idoso. Mas é importante trocar uma
noite passada com o Netflix por um jantar ocasional com amigos.
“A
coisa mais importante que você pode fazer é se manter em comunicação com
outros“, falou Colleen Mullen, terapeuta conjugal e familiar na Coaching
Through Chaos, de San Diego. “Encontre um novo grupo social, jogue bingo, entre
para um clube de leitura ou um grupo que faz caminhadas.” Ela observou também
que manter contatos sociais promove nossa saúde mental, o que, por sua vez,
pode fomentar nosso bem-estar maior.
3. Adotar uma atitude
de gratidão
Estudos
sugerem que reservar um momento para agradecer as bênçãos que recebemos é algo
que pode fomentar nossa felicidade. “Foi comprovado que a prática da gratidão
ajuda as pessoas a administrar o estresse, combater a depressão, aumentar sua
empatia e reduzir sua agressividade“, disse Mullen.
O
psicólogo clínico Steven M. Sultanoff, de Costa Mesa, Califórnia, sugere que
encerremos nosso dia lembrando três coisas pelas quais sentimos gratidão no
momento.
4. Checar como anda
seu corpo
Em
meio aos nossos smartphones, à televisão e às notícias 24 horas por dia,
geralmente ficamos com a cabeça sempre ocupada. Mas a mindfulness (a meditação
que produz um estado de atenção consciente) pode reduzir a ansiedade e o
estresse mental. Contudo, um “exame corporal mindful” pode ajudar sempre que
estamos nos sentindo estressados e fora de controle. É o que diz Karinn Glover,
professora assistente do departamento de psiquiatria e ciências comportamentais
do Albert Einstein College of Medicine.
O
processo é simples: passe de cinco a 15 minutos fazendo respiração profunda e
concentrando seu pensamento sobre seu corpo, suas sensações, as áreas de
desconforto e tensão. Comece pelos pés e vá subindo progressivamente até chegar
ao topo da cabeça.
Segundo
Glover, “essa é uma maneira maravilhosa de entrar em contato com seu corpo,
para que o estresse e a tensão não tomem conta de você“.
5. Mexer-se
“O
exercício físico aumenta o fluxo de sangue para o cérebro, levando mais
oxigênio a ele, o que, por sua vez, ajuda a impedir a temida ‘névoa cerebral’
da qual se queixam tantas mulheres depois de chegarem a uma certa idade em que
falta estrogênio“, disse Maria Shriver, fundadora da ONG The Women’s Alzheimer
Movement e da Move for Minds, a iniciativa anual de levantamento de fundos da
organização. Para obter os melhores resultados, a organização recomenda uma
combinação de exercícios aeróbicos e exercícios com peso ou resistência.
6. Experimentar
alguma coisa nova
“Mantenha
a cabeça aberta“, recomendou Susan London, diretora de assistência social no
Shore View Nursing and Rehabilitation Center. Ela sugeriu que as pessoas
aproveitem todas as oportunidades possíveis para saírem de sua zona de
conforto.
“Você
nunca sabe que tipos de experiências não poderá viver graças a isso – coisas
que podem mudar o rumo de sua vida sem que você sequer se dê conta.”
Maria
Shriver também aconselhou que se encarem desafios mentais. “A atividade mental
beneficia a saúde mental. Aprenda algo novo para criar novas conexões neurais“,
disse Shriver. Procure estudar uma língua que não conhece ou começar a estudar
um instrumento musical.
7. Tomar um
probiótico
Aproximadamente
90% da serotonina (o neurotransmissor cerebral que libera substâncias químicas
que promovem sensação de bem-estar) é produzido no trato gastrointestinal,
juntamente com outros neurotransmissores importantes reguladores do nosso
estado de ânimo. A informação é de Sarah Morgan, nutricionista funcional e
fundadora da Bodies In My Belly.
“Os
neurotransmissores produzidos no trato gastrointestinal afetam diretamente as
funções cerebrais como estado de humor, memória, atenção, sensação de bem-estar
e outras“, ela explicou.
Pesquisas
sugerem que tomar um probiótico diariamente pode ajudar a prevenir a depressão.
Morgan também recomendou uma dieta com alto teor de vegetais, que são ricos em
fibras prebióticas, que conservam as bactérias intestinais “saudáveis e felizes“.
Essa dieta inclui vegetais, nozes e castanhas, semelhantes, frutas, feijões e
outras leguminosas e grãos integrais.
8. Criar uma nova
rotina
Muitos
americanos procuram se aposentar aos 65 anos de idade. Mas passar o dia sentado
em casa, sem nada para fazer, pode cobrar um preço emocional alto do
aposentado.
Segundo
Ramani Durvasula, professora de psicologia na California State University, “ter
uma rotina pode gerar conferir um sentido e objetivo à vida da pessoa, duas
coisas vistas por muitos como alguns dos ingredientes mais essenciais da
saúde.” Ofereça-se para fazer um trabalho voluntário, comece um trabalho em
tempo parcial em alguma área que sempre o interessou, torne-se um mentor ou
envolva-se em atividades cívicas em sua cidade ou seu bairro.
9. Dormir o
suficiente
“A
insônia é um problema de muitos americanos mais velhos, infelizmente, tanto que
afeta quase a metade dos adultos com mais de 60 anos“, falou Bill Fish, coach
de ciência do sono e co-fundador da Tuck.
O
sono insuficiente pode conduzir a problemas de saúde mental como ansiedade e
depressão. E um estudo de 2012 vinculou a insônia a um risco aumentado de mal
de Alzheimer.
“Nosso
cérebro passa por um processo de reiniciação todas as noites, durante o qual ele
se recarrega, de modo que nos sentimos mais ativos e refeitos pela manhã“,
disse Fish. “Se você não está dormindo o tempo recomendado de sete a nove horas
por noite, não está dando a seu cérebro a chance de se recuperar para encarar o
dia que vem pela frente.”
10. Praticar o amor
por si mesmo
Desenvolver
uma relação de compaixão com seu próprio corpo pode ajudar bastante a combater
qualquer insatisfação que possa coincidir com o processo de envelhecimento. O
psicoterapeuta Richard Matzkin, co-autor de Art of Aging, sugeriu que se
pratiquem afirmações e visualizações positivas.
“O
que mais acaba com o amor próprio é o autojulgamento negativo“, ele comentou.
“Podemos combater isso, mandando mensagens positivas a nós mesmos. Quando a
negatividade se manifesta, em vez de se deixar levar por pensamentos negativos,
de autoderrota, pense no que você gosta em você mesmo.”
11. Procurar um
terapeuta
Se
você começar a sentir tristeza, frustração ou ansiedade, talvez seja o caso de
procurar terapia.
“Os
terapeutas podem ajudá-lo a identificar padrões de pensamento e emoção
contraproducentes, ajudando-o a voltar a amar a vida mais rapidamente“, disse
Whitney Owens, psicóloga clínica em Las Vegas.
A
dor do luto também pode ser um motivo para recorrer a um profissional. Não há
motivo para se envergonhar em pedir a ajuda de um terapeuta experiente que
entenda o que você está passando.
“Não
ignore os sinais. Se você sentir tristeza por um tempo excessivo, geralmente
mais de um após a perda de um ente querido, não hesite em procurar ajuda“,
recomendou London.
12. Manter um sistema
de apoio positivo
Contar
com um bom sistema de apoio pode nos ajudar a enfrentar condições como o
estresse e a depressão. Cerca-se de pessoas que o amam e que se importam com
você. Isso também significa evitar pessoas tóxicas.
“Pare
de dar atenção para pessoas que sugam sua energia. Liberte-se dessas pessoas“,
recomenda Durvasula, o professor de psicologia.
13. Gargalhar muito
Da
próxima vez que alguma coisa o faça dar risada, tome nota e tente incluir mais
dessa coisa em sua vida.
“A
felicidade anda de mãos dadas com o riso, e o humor é ótimo para combater o
estresse“, disse James Polo, psiquiatra de Tacoma, Washington. “As pessoas
mentalmente sadias tendem a curtir as coisas engraçadas e dar muita risada com
elas.”
14. Passar mais tempo
na natureza
Sair
para o ar livre pode beneficiar nossa saúde física e mental. Portanto, quer
você passe tempo podando os arbustos em seu jardim, fazendo uma caminhada na
floresta ou simplesmente sentado em um parque das redondezas, curtindo a paz e
serenidade, sair de casa pode ajudar a fazer seu dia ficar melhor.
“Os
sentimentos de gratidão e assombro que sentimos quando vemos uma paisagem deslumbrante
ou acompanhamos o lento desabrochar de uma rosa em nosso jardim nos enaltecem e
fazem apreciar a beleza que temos à nossa volta na nossa vida“, disse Habash.
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