Na
madrugada deste sábado (28), o Acampamento Marisa Letícia, localizado próximo a
Polícia Federal, no bairro Santa Cândida em Curitiba (PR), onde estão os
integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado por tiros disparados a partir de
carros que há horas rondavam o local. Sob gritos de “Bolsonaro 2018”, as forças
fascistas apertaram o gatilho mais uma vez, atingindo uma mulher e dois homens,
sendo que um deles, de forma mais grave, com um tiro no pescoço. Os feridos são
sobreviventes de uma evidente tentativa de homicídio de caráter político, que
revela a absurda situação que estamos vivendo atualmente no Brasil.
No
campo em 2017, segundo a CPT, foram 70 assassinatos políticos em represália à
luta pela terra e por Reforma Agrária. Esse é o maior número de assassinatos
desde 2003. No caso do MST, sofremos vários ataques nos últimos 30 dias:
tentativa de homicídio contra trabalhadores que protestavam contra a prisão de
Lula na rodovia BR-101, na Paraíba, sendo que uma das balas letais, atingiu
Lindinalva Pereira de Lima Filha, sobrevivente do grave ocorrido.
Na
última terça-feira (24), a Comuna Urbana Brasil Popular em Mossoró/RN, foi
atacada por tiros. E na última quinta (26), ocorreu uma invasão violenta de
jagunços e seguranças privados no Acampamento Lula Livre IV Engenho Planalto,
no município de Paudalho, região metropolitana do Recife/PE. Nesse mesmo
contexto, lembramos também dos tiros disparados no dia 27/03 de dentro da
fazenda de Leandro Langwinski Bonotto em Quedas do Iguaçu/PR contra os ônibus
da Caravana de Lula pelo sul do país.
Vale
lembrar, que esse ataque contra o Acampamento Marisa Letícia é a segunda
ocorrência. O primeiro ocorreu no dia 17/04 contra integrantes do MST que foram
brutalmente agredidos com barras de ferro e pedaços de madeira por pessoas que
se identificaram como integrantes da torcida organizada Império Alviverde, do
Coritiba.
Diante
de todos esses ataques, o MST tem reiterado seu posicionamento político de
diálogo aberto, da legitimidade da luta social e a intransigente defesa da
democracia ainda em construção. Nesse sentido, o Movimento tem repudiado também
as atitudes extremadas, que silenciam o debate político através da força bruta
da bala disparada e da suspensão das regras do jogo pelos donos da bola.
A
conquista do espaço da luta democrática custou centenas de vidas militantes.
Nesse processo, muitas marchas e protestos de rua foram feitos e outros tantos
acampamentos foram erguidos, tal como o Marisa Letícia em Curitiba, que
denuncia o grave fato da prisão política e arbitrária de Luiz Inácio Lula da
Silva.
Somos
milhares e não nos intimidarão. Marielle vive em nós feito semente germinada,
junto com outros lutadores e lutadoras do povo. Seguiremos na batalha por Lula
Livre que hoje representa a luta do povo brasileiro por sua própria libertação
e contra os retrocessos imposto por uma minoria rica, machista, LGBTfóbica e
racista.
Neste
1° de maio, todos os trabalhadores e trabalhadoras devem estar na luta em todos
os cantos do país, em especial para o ato nacional em Curitiba. Conclamamos aos
defensores e as defensoras do direito a palavra gritada nas praças, nas
favelas, nos acampamentos Sem Terra e no Acampamento Marisa Letícia para
mostrarem sua indignação coletiva diante da tentativa de calar a nossa voz.
Cala a boca já morreu e não ficaremos reféns de um grupelho neofascista que se
move por ódio e à serviço das elites, que sequer suportam a ideia de serem
derrotadas num processo eleitoral.
1°
de Maio de luta por Lula Livre Já!
http://www.mst.org.br/2018/04/28/as-maos-das-forcas-fascistas-apertaram-o-gatilho-mais-uma-vez.html
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