Karl
Marx dizia que a ideologia é uma falsa consciência que tem como objetivo
beneficiar a classe dominante, pois dá uma visão errônea da sociedade, da
estrutura social, ou seja, das coisas como elas são. Ela causa um divório entre
as palavras e as coisas e tem como efeito dissimular as contradições do mundo
sob a aparente coerência das doutrinas, liberando-se da realidade ao pôr em
cena uma ordem fantasmagórica, deixando patente o artifício de sua instauração,
conforme já dizia Pierre Rosanvallon.
Tais
ideologias, naturalmente, servem ao poder dominante, pois legitimam as
desigualdades. E é neste momento que surge a principal tarefa da filosofia, que
é justamente o de desmascarar os reais mecanismos de dominação da sociedade
para além das aparências que estão contidas em tais ideologias. Até mesmo
porque elas servem para alienar as pessoas, principalmente os trabalhadores
que, não sendo donos de seu trabalho, eis que venderam sua força de trabalho a
um empregador, acabam não tendo consciência de sua situação e da realidade ao
seu redor. Restam não tendo a visão correta de que estão sendo explorados.
Assim
sendo, amigas e amigos, surge aí o nosso principal objetivo que é justamente o
de desfazermos estas falsas construções ideológicas, expondo suas entranhas, iluminando
e deixando às claras estas adulterações das verdades de modo que elas venham ao
conhecimento de todos sem eufemismos e sem as frágeis máscaras teóricas que
procuram lhes dar aparências outras que não a de sua verdadeira essência,
sempre com o objetivo de atingir os desideratos espúrios das classes
dominantes.
Precisamos
continuar jogando luz sobre os verdadeiros significados subjacentes aos fatos
que o sistema vigente quer ocultar da população. Esta deve ser a nossa mais
nobre missão em um momento em que as hostes do obscurantismo teimam em subjugar
nossos corações e mentes.
Jorge André
Irion Jobim
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