Como
na frase famosa dos comentaristas de futebol, não existe mais time bobo na
política.
Não
existe, senão como desculpa, essa história de que figuras do Judiciário
estariam aconselhando Lula a adotar uma política mais branda e a não
questionarem o Judiciário, depois que o Judiciário, numa atitude belicista, condenou, agravando a pena, o ex-presidente.
Quem
quer acordo não enfia a espada no adversário.
A
corporação está decidida a usar a força e a autoridade contra o ex-presidente e
ele só tem como arma a legitimidade de sua representação do sentimento popular.
Não
adianta Lula apresentar-se como “moderado” e “bonzinho”, por mais que o seja e
que seus governos o tenham mostrado. Inclusive indicando seus atuais algozes
para os cargos que ocupam na Justiça.
Salvo
os piores e os melhores caráteres – e os primeiros são mais abundantes no
gênero humano que os segundos – assim que nomeados, juízes das cortes
supremas passam a ser regidos pela mídia
e pela corporação judicial, não pelos que os indicaram.
Não
me perderei em exemplos, tantos que são.
Mas
isso não os faz burros, ainda que os faça, no mais das vezes, cínicos.
Os
ministros do Supremo sabe que Marcelo Bretas,. com seu auxílio-duplex, fez mais danos à imagem do judiciário que as
centenas de manifestações de Cristiano Zanin, advogado de Lula, questionando o
comportamento da Justiça.
É
a lógica do moralismo que se impõe acima de tudo, até que seja ela própria desmoralizada.
Quando
olham o Datafolha e veem o deus da mídia, Sérgio Moro, provocar mais rejeição
que apoio a uma indicação de candidato, sabem que se enfraqueceram. Idem quando
olham o nada eleitoral a que se reduziu
o seu ex-deus Joaquim Barbosa.
O
problema do projeto de poder supremo do Judiciário que está em curso no Brasil
é muito claro e simples: é um projeto sem chefe, cuja liderança pública acaba
por ser encarnada por figuras menores, sem autoridade institucional, embora
sejam autoridades corporativas, que intimidam, pelo poder que lhes dá a mídia,
a dissenção e a crítica interna corporis.
Sim,
porque não pensem que os juízes brasileiros são todos energúmenos, microcéfalos
de queixo arrogante como os Moro e os Bretas que passaram a simbolizá-los. Mas
estão imobilizados por uma ditadura corporativa que tornará
“traidores” ou “simpatizantes da corrupção” todos os que levantarem a
voz contra abusos e “marquetismos” perpetrados com a toga.
Estas
pobres almas olham para cima e vêem um vazio. Enxergam a fraqueza jurídica de
Carmem Lúcia e Rosa Weber, a insuficiência de maus-bofes de Dias Tóffoli, a
tibieza, embora digna, de Ricardo Lewandowski, o histrionismo cafajeste de Luís
Fux, o conservadorismo anacrônico de Celso de Mello, o isolacionismo de Marco
Aurélio Mello, a “cabeça de PM”de Alexandre de Morais e, para fechar o quadro,
o comportamento fuinha de Luiz Edson Fachin, transmutado do garantismo para o
autoritarismo num passe de mídia.
É
por isso que, sem liderança moral, a categoria se entrega ao papel de produzir
uma carta de natureza sindical onde 17 mil juízes e promotores se tornam
cúmplices de uma visão que enxerga a Justiça como um lugar de privilégios, não
de equilíbrio e de um acatamento público que, naquela perdida ponderação
serena, encontrava a sua razão de ser.
Nem
a ditadura fez acontecer na magistratura um alinhamento tão amplo e
uniforme a seus ditames.
Viraram,os
juízes, uma caricatura, infelizmente, que é o pior papel que já tiveram em toda
a sua história como instituição.
E
nada melhor para representá-los que uma presidente do STF que, após um alegre
convescote com dirigentes de multinacionais, mia rugidos contra os que
contestam a Justiça que tem a estes como
amigo e ao que tem a simpatia do povo como inimigo.
D.
Cármem, não há quem desacate mais a Justiça que o Judiciário,
http://www.tijolaco.com.br/blog/quem-desacata-ideia-de-justica-e-o-judiciario/
Um comentário:
"QUEM ALARDEIA A MORALIDADE DIFICILMENTE A PRATICA"
QUE MERDA VIROU NOSSA PÁTRIA AMADA.
A HISTÓRIA VAI COBRAR A NOSSA OMISSÃO E O NOSSO SILÊNCIO. NOSSOS FILHOS PAGARÃO CARO PELA NOSSA PREGUIÇA E LETARGIA.
SEM PERDÃO.
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