A
foto de Rodrigo Janot de óculos escuros, num canto de um bar em Brasília, em
meio a engradados de cerveja, em íntimo convescote com o advogado de Joesley
Batista é a imagem da falência da Procuradoria Geral da República. A decisão do
ministro Edson Fachin de mandar prender apenas os empresários da JBS e deixar
livre o procurador Marcelo Miller completa o cenário da absoluta decadência do
judiciário brasileiro. O Supremo Tribunal Federal (STF), desde sua anuência ao
golpe de Estado, tornou-se um jazigo habitado por togados insepultos, enquanto
a Procuradoria Geral da República (PGR) virou um balcão de traição aos
interesses nacionais e, suspeita-se, de negócios milionários.
Em
10 de junho, Giovanni Vincenzo di San Felice V, Conde de Bagnolo, colaborador
do blog Senhor X, afirmou que “a recente delação bombástica do empresário
Joesley Batista, da JBF, produziu um abalo de sísmicas proporções no cenário
nacional, aprofundando a crise que já não era pequena”. “Novos personagens
foram introduzidos no cenário e, no calor dos embates sobre o destino do
governo Temer; alguns permanecem como atores menores, outros no anonimato, sem
a devida atenção que merecem”, escreveu. Segundo ele, “a maioria dos atores
políticos procura desempenhar seus papéis em torno das revelações, enquanto o
governo Temer estertora, produzindo um enredo de autêntica ópera bufa”.
A
ópera bufa, então, está finalmente revelando o papel da PGR e de seu chefe
Rodrigo Janot, assim como do juiz Sérgio Moro, em resumo, da Operação Lava
Jato, na deliberada ação contra o Estado brasileiro. Não é de hoje que pesa
sobre a Lava Jato a suspeição de ter sido encomendada a partir das escutas
telefônicas pelas agências norte-americanas de inteligência, que espionaram
autoridades e empresas nacionais. “Desde 2015, juízes do STF, além de Sergio
Moro, não saem do Instituto Wilson, conhecido think tank da CIA, e uma das
instituições que, através desses seminários, dentre outras atividades, deu
importante apoio ao golpe no Brasil”, escreveu Miguel do Rosário, em seu blog O
Cafezinho.
Assim
como Rodrigo Janot e Sérgio Moro em oportunidades anteriores, confirmando a
regra, na semana passada foi a vez do juiz Luís Roberto Barroso cumprir o
ritual da cooptação a que o judiciário nacional tem sido alvo desde algum
tempo. “Para onde quer que se olhe no Brasil, onde há dinheiro público, há algo
de errado. Petrobras, Eletrobras, BNDES, Caixa Econômica, fundos de pensão. Não
é algo localizado”, declarou o ministro em palestra no Instituto Wilson,
segundo registrou o portal da BBC online. O “surpreso” e cândido ministro do
STF, evidentemente, também cumpriu com a “obrigação contratual” de citar a
condenação recente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo crime de
corrupção.
Em
artigo neste final de semana, o jornalista Ricardo Amaral alerta que “não
podemos perder o foco da indignação: o mal da Lava Jato não está nos delatores,
sejam eles cínicos, oportunistas ou desesperados”. Diz ele que “o mal está em
uma exceção aberta no sistema judicial brasileiro, com o patrocínio da Globo e
a conivência dos tribunais superiores, que suspende o estado direito para
perpetrar a caçada contra Lula e o campo político que ele representa”. “O preço
é a revogação da soberania nacional e de tudo o que o povo brasileiro
conquistou desde 2003”, conclui ele, apontando para o centro da luta neste
próximo período.
Exceto
as Forças Armadas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e as entidades
populares e associativas, nem todas, as instituições brasileiras estão falidas,
perderam o sentido de sua existência para atender à sociedade e ao país. Qual
país no mundo conviveria com uma PGR “independente” e acima do Estado Nacional,
um STF acovardado e, ao mesmo tempo inútil, e uma Polícia Federal seletiva e
persecutória? É hora, portanto, de aprofundar a denúncia da ação criminosa e
antinacional desses setores, impedir o exercício despótico de seu poder e
“refundar” uma nova ordem institucional no país.
https://senhorfblog.wordpress.com/2017/09/10/a-justica-usa-oculos-escuros/

Nenhum comentário:
Postar um comentário