Em
artigo publicado nesta quinta, a professora de Direito Eloísa Machado de
Almeida, professora e coordenadora do Supremo em Pauta, da FGV de São Paulo,
destaca as implicações da decisão da Câmara de não dar segmento às denúncias
contra Michel Temer.
"Em
curto período, a Câmara teve a oportunidade de selar o destino de dois
presidentes. O clima foi muito distinto ao do impeachment: se outrora houve
festa, agora imperou o constrangimento. A maior parte dos deputados proferiu um
rápido “sim” ao relatório da CCJ que recomendou o não prosseguimento da
denúncia.
No
auge da Lava Jato, com dezenas de deputados investigados e denunciados, a
decisão da Câmara é uma ode à impunidade. A enorme impopularidade de Temer não
assustou os deputados, que fiaram o presidente, demonstrando a peculiar empatia
entre iguais; afinal, Temer tem história política fundada na Câmara e
compartilha a condição de investigado por crimes comuns com outros
parlamentares.
A
imunidade conferida a Temer denota indiferença da classe política com a vontade
dos eleitores e com a pauta contra a corrupção, que tem mobilizado o País desde
o mensalão. O resultado é o enfraquecimento do Legislativo e Executivo e a
produção de um presidente impopular e impune, mas ainda assim presidente."
https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/309807/Elo%C3%ADsa-Machado-impopular-impune-e-presidente.htm
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