O
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em parceria com o governo
do Maranhão, comandado por Flávio Dino (PCdoB), iniciou, nesta semana, a
segunda etapa de aplicação do programa de alfabetização cubano “Yo Sí Puedo” ou
“Sim, Eu Posso”, na versão brasileira. O objetivo é ensinar 20 mil pessoas, de
15 municípios, a ler e escrever.
O
projeto está paulatinamente sendo ampliado. Em sua primeira etapa, chegou a
sete mil pessoas, moradoras de oito cidades. A meta é alcançar os 30 municípios
com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, o mais empobrecido
do país.
Para
atingir o objetivo, foi construída uma brigada nacional composta por 79
militantes do MST, vindos de 11 estados do país. A tarefa deles é mobilizar
grupos de jovens e lideranças locais das comunidades e realizar formações com
educadores e coordenadores pedagógicos para transmitir o método cubano, de
forma que eles atuem como multiplicadores.
De
acordo com o secretário de direitos humanos e participação popular do Maranhão,
Francisco Gonçalves da Conceição, “agora há um desafio novo: nos oito
municípios que nós iniciamos, queremos erradicar o analfabetismo”.
Identidade
Os
jovens e adultos da primeira jornada de alfabetização, depois que aprenderam a
ler e a escrever tiveram as carteiras de identidade atualizadas para que deixe
de constar o carimbo”não alfabetizado”.
Maria
Divina Lopes, dirigente estadual do MST no estado, conta que a entrega foi
feita durante um seminário. Ela lembra que foi um dos momentos mais
emocionantes do projeto: “a gente vê na expressão do educando que conseguiu
trocar sua identidade e escrever o nome. Uma expressão tanto de empoderamento,
quanto de orgulho, orgulho de si, da sua capacidade de superação”, recorda.
“Sim, Eu
Posso”
O
método de alfabetização cubano “Sim, Eu Posso!” é aplicado nos quatro primeiros
meses da formação. Depois disso, é utilizada a metodologia dos Círculos de
Cultura, que é baseada nas propostas do educador Paulo Freire e segue sendo
aplicada até o final do projeto.
Graças
ao método “Sim, Eu Posso”, a Venezuela se declarou, em 2005, um território
livre de analfabetismo. A Bolívia obteve resultado semelhante, com o
reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), em 2016.
Foto: Governo
do Maranhão
http://www.revistaforum.com.br/2017/06/08/utilizando-metodo-cubano-mst-vai-alfabetizar-20-mil-pessoas-no-maranhao/
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