A
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota, nesta
quinta-feira, argumentando que a força-tarefa da Lava Jato tenta apressar
delações premiadas para tentar obter alguma evidência contra Lula antes do seu
depoimento no dia 10.
Confira abaixo
a íntegra do documento:
A
defesa de Luiz Inácio Lula da Silva registrou hoje (4/5), no início do
depoimento de Agenor Medeiros ao Juízo da 13ª Vara Criminal Federal de
Curitiba, haver um movimento claro da Operação Lava Jato de apressar um
calendário de delações às vésperas do depoimento do ex-Presidente, marcado para
o dia 10. Tanto o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, quanto Medeiros,
ex-diretor da área internacional da construtora, confirmaram as negociações em
andamento, o que sugere que outros depoentes previstos - como é o caso de
Renato Duque, que falará amanhã ao Juízo -
encontram-se na mesma situação: agem na perspectiva de receber benefício
no momento em que depõem como réus, sem o compromisso de dizer a verdade. Foi
nessa condição o depoimento hoje de Medeiros.
A
defesa contestou mais um prejulgamento do Juízo da 13ª Vara na formulação de
pergunta ao réu Roberto Moreira, ex-diretor da OAS Empreendimentos, partindo da
falsa premissa de que teria havido "aquisição do triplex" do Guarujá
pelo ex-Presidente. O executivo reconheceu que jamais houve a posse ou
propriedade do imóvel 164A do Edifício Solaris por Lula ou seus familiares. Fez
referência a uma reserva unilateral do imóvel da qual teria ouvido falar na
OAS, o que jamais foi confirmado pelas 73 testemunhas ouvidas anteriormente,
sob o compromisso de dizer a verdade. Dentre essas testemunhas, estavam
funcionários da própria companhia.
Mesmo
sob a pressão inegável das negociações para uma delação, Agenor Medeiros
reconheceu jamais ter tido qualquer contato com Lula e se limitou a afirmar ter
havido uma única conversa com Léo Pinheiro, sem testemunha - e, portanto, sem
qualquer valor jurídico -, durante um voo internacional, em 2014, quando o
ex-presidente da OAS teria feito referência ao apartamento do Guarujá.
Paulo
Okamoto, presidente do Instituto Lula, também foi ouvido hoje e desmentiu Léo
Pinheiro ao narrar que jamais conversou com ele sobre o triplex ou reformas realizadas
no imóvel. Disse ter conhecimento da cota adquirida por D. Marisa da Bancoop,
desde 2006, porque fazia a declaração do imposto de renda dela e de Lula, e no
documento constava referência a esse fato. Relatou que, em 2012, foi procurado
por um funcionário da área comercial da OAS Empreendimentos que desejava saber
se D. Marisa iria pedir o resgate dos valores que havia investido com base na
cota ou se pretendia adquirir uma unidade da OAS usando esses valores como
parte do pagamento. Como o ex-Presidente estava em tratamento de um câncer, ela
optou por não decidir nada naquele momento. A unidade 141 foi então colocada à
venda.
Quanto
ao acervo do ex-Presidente, Okamoto reconheceu ter ficado sob sua
responsabilidade resolver as questões referentes à armazenagem. Diante da falta
de recursos próprios e de outras alternativas analisadas, Okamoto disse ter
conversado com Léo Pinheiro e obtido dele um apoio cultural da OAS até que
fosse possível uma destinação definitiva ao acervo. A intenção sempre foi ter
um local para expor o acervo à população e continuou buscando fórmulas de
viabilizar o projeto.
Cristiano
Zanin Martins
Fonte.
Brasil 247
http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/293846
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