O
Judiciário da Venezuela assumiu o Legislativo, tutelando-o.
A
mídia conservadora de lá, o pool midiático internacional e seus tentáculos no
Brasil viram nisso sintomas de ditadura, um tribunal superior substituir o
legislativo e funcionar como base de apoio do presidente, como se cá, na
cleptocracia tupiniquim fosse diferente.
O
que temos visto, nessas plagas de Meu Deus é o Malafaia é o Judiciário dar a última
palavra em tudo, tutelando a política, judicializando-a.
Foi
assim no Mensalão, quando Joaquim Barbosa se transformou no mais importante
político brasileiro.
Se
a imposição de uma política neoliberal destroça a nossa economia, não nos
esqueçamos que tudo começou e continua acontecendo sob a batuta de um juizeco
de primeira instância, criminalizando determinados setores políticos e, mais
que isentando, blindado outros.
Na
deposição de uma presidente legitimamente eleita, sem delitos criminais ou políticos,
ao contrário dos que a substituíram, um ministro da suprema corte participou de
todas as reuniões conspiratórias, fossem nas casas de parlamentares golpistas
ou no consulado norte-americano em São Paulo, fazendo pronunciamentos
bombásticos na mídia, usando a sua capacidade de influir na corte (é dono de
uma faculdade onde quase todos os ministros, seus pares na corte, são seus
funcionários na iniciativa privada), e agora preside o TSE, com poderes para
absolver notórios corruptos e cassar os direitos políticos da ex presidente,
evitando a eleição de uma Senadora combativa, com poderes tão grandes que
capazes de também depor o golpista de plantão no Planalto.
É
o Judiciário brasileiro o maior e mais forte cabo eleitoral das forças
conservadoras, na medida em que criminaliza o potencial candidato com maior
apelo popular, liderando todas as pesquisas de intenções de votos, ameaçando
inclusive prendê-lo sem culpa formada, para inviabilizar a sua candidatura,
asfaltando a estrada do conservadorismo.
Neste
momento o Judiciário tem o poder de intervir sobre os processos da
terceirização da mão de obra brasileira, da lei do abuso de autoridade, da
reforma da Previdência e dos destinos de mais de cem políticos no exercício de
mandatos.
Quer
dizer que isso na Venezuela é ditadura e aqui é democracia?
Lá
pelo menos o Legislativo foi mais honesto, eliminou os intermediários do
império que lhes quer abocanhar o petróleo, ao contrário daqui, onde os réus
são cúmplices do império e dos juízes, onde a mídia é mais um partido político,
coligado com o PJB, o Partido do Judiciário Brasileiro.
Francisco
Costa
Rio,
31/03/2017.
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