O
ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim fez uma advertência
às consequências da Operação Lava-Jato; "Há uma questão prática: o
presidente Lula preso elege qualquer um, em 2018, principalmente o Ciro
Gomes"; na avaliação dele, Lula tem densidade eleitoral e, portanto, será
interlocutor importante nas próximas eleições.
"A
questão da corrupção tem que ser tratada com lucidez porque não se constrói o
futuro retaliando o passado", ressaltou. "É bom ter presente que o
Judiciário trata do passado. Ele aplica penas ao passado que se cumprirão no
futuro. Mas o Judiciário não resolve o problema do futuro. Não se constrói o
futuro com sentenças."
As informações são de
reportagem do Valor.
Para
Jobim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve separar as acusações contra
Michel Temer e Dilma Rousseff no julgamento que vai definir a cassação da chapa
pela qual ambos foram eleitos.
Nelson
Jobim, que integrou o TSE e foi relator do primeiro caso pelo qual o tribunal
cassou um governador que encabeçava a chapa junto com o vice. Caso ela
emplaque, Dilma perderia os direitos políticos, enquanto Temer permaneceria
presidente.
"'Os
casos são muito diferentes', disse Jobim ao Valor PRO, referindo-se à cassação
de Mão Santa, em 2001, do cargo de governador do Piauí, e ao processo atual que
ameaça Temer. Mão Santa foi cassado por mais de 20 irregularidades, como
fornecer remédios a eleitores e anistiar devedores de contas de água, nas
eleições de 1998. O julgamento ocorreu quando Jobim era presidente do TSE.
'Naquele
caso foi captação ilícita de sufrágio', explicou ele, usando a terminologia que
significa compra de votos. A consequência foi a de que os votos teriam que ser
anulados. Uma vez retirados os votos para o então governador, a consequência
foi a de que esses mesmos votos atingiam o vice. Como resultado, assumiu o
segundo mais votado nas eleições, Hugo Napoleão. Na avaliação de Jobim, o caso
da chapa Dilma-Temer seria diferente. As alegações contra a chapa Dilma-Temer
não tratariam de fraude nos votos. Os votos dos eleitores não teriam sido
comprados. Portanto, caso se comprovem as irregularidades na arrecadação de
recursos para campanha, os votos não seriam anulados."
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/288361/Jobim-Lula-preso-elege-qualquer-um.htm
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