A
defesa de Lula radicalizou? Lula, ele mesmo, pessoalmente, subiu demasiadamente
o tom no combate aberto que trava com Moro?
Esta
discussão nasceu torta.
O
que Lula e sua defesa fizeram foi reagir a um massacre.
Lula
tinha duas alternativas: cair de joelhos ou lutar. Optou pela luta — e fez
muito bem.
A
radicalização partiu de Moro e da Lava Jato. Inteiramente.
Foi
ele que gravou conversas de Lula com Dilma e as passou para a Globo.
Foi
ele quem armou um depoimento coercitivo feito apenas para humilhar Lula.
Foi
ele que sequer fez questão de parecer imparcial ao posar, orgulhoso, ao lado de
líderes do golpe.
Foi
ele que montou na história mítica do Triplex e até agora não desmontou, apesar
das evidências cabais de que Lula não é o dono.
Lula
foi forçado ao embate pela tendenciosidade destrutiva de Moro.
É
um caso de legítima defesa.
Lula
está apenas fazendo o que o grande jurista alemão Rudolph von Ihering
recomendou num clássico do final do século 19: lutando pelo seu direito.
Ihering
dizia que quem — ultrajado, perseguido, caluniado — não recorre à Justiça se
comporta como um verme e merece sua sorte.
A
Justiça melhora, notou ele, quando acionada. E fica petrificada quando não.
Poucos
notam, mas Lula está prestando uma grande contribuição à Justiça brasileira ao
expô-la em sua parcialidade devastadora.
A
alternativa era fingir que estava tudo bem. Que estava e está sendo investigado
com lisura. Que Moro não tem lado, e nem a Lava Jato.
Mas
aí ele estaria agindo como o verme que não é — e não como a jararaca que é.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/lula-esta-agindo-em-legitima-defesa-ao-radicalizar-contra-moro-por-paulo-nogueira/
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