No
ano passado, dentre os trabalhadores que tiveram reposições salariais, mais de
80% receberam reajustes iguais ou inferiores à inflação oficial (INPC-IBGE),
que quase sempre não corresponde à realidade de aumento do custo de vida,
sofrido pela imensa maioria da classe trabalhadora.
Os
dados constam de estudo concluído em março passado pelo DIEESE – Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, por meio do Sistema de
Acompanhamento de Salários (SAS-DIEESE).
Segundo
o DIEESE, foram analisados os reajustes de 714 unidades de negociação da
indústria, do comércio e dos serviços do setor privado e de empresas estatais
em quase todo o território nacional.
A
conclusão principal é que pela primeira vez em 14 anos (desde 2003), os
salários deixaram de ter ganho real (aumentos acima da inflação). Ao contrário
dos anos anteriores, em 2016, apenas 19% dos reajustes analisados resultaram em
ganhos reais nos salários. Cerca de 44% dos reajustes tiveram valor igual à
variação do índice de inflação e os demais 37% ficaram abaixo.
Na
média, a variação salarial foi negativa em 0,52% abaixo da inflação. A massa
dos salários diminuiu, pela primeira vez em 14 anos, apenas entre o setor
pesquisado.
À
estes números precisariam ser somados os milhões de servidores públicos da
União, Estados e Municípios que, em sua maioria não tiveram qualquer reajuste
salarial no ano passado e outros setores sem acordos coletivos, como os milhões
de trabalhadores domésticos e afins; fazendo com que as perdas de conjunto dos
trabalhadores diante da inflação seja bem mais significativa.
Junto
com o arrocho salarial, o ano de 2016 trouxe também o desemprego: foram mais de
dois milhões de novos desempregados, com o total chegando a mais de 22 milhões
sem emprego, incluindo os que não estão procurando trabalho, os que vivem de
trabalho ocasional, “bicos”, os jovens que não conseguem entrar no mercado de
trabalho etc.
Essa
tendência de queda dos salários, iniciada no ano passado, está se acentuando
também por meio de medidas oficiais de
estimulo à expropriação dos salários, como é o caso da Lei da
Terceirização (PL 4302), que incentiva os patrões a substituírem os atuais
empregados por terceirizados, com salários menores e com menos direitos que os
atuais.
Está
claro que esta situação não é obra do acaso, mas produto direto do golpe de
Estado, realizado pela direita reacionária à mando do imperialismo, justamente,
para expropriar a classe trabalhadora, roubando-lhe, uma parte considerável dos
salários, milhões de empregos, aposentadorias etc. É o subproduto também da
política golpista de destruição da economia nacional. Sob intenso ataque dos
golpistas, a indústria (petrolífera, naval, da construção civil, da carne etc.)
está em franco retrocesso, puxando para trás os demais setores e trazendo
graves prejuízos para a classe trabalhadora.
Diante
desta ataque, a burguesia nacional, mais uma vez, evidenciou sua covardia e que
sua única “saída” é se juntar aos abutres imperialistas na expropriação da
classe operária e demais explorados.
São
os trabalhadores, nas ruas, com seus próprios métodos de luta, como a greve
geral, que precisam enfrentar e derrotar o golpe de Estado para barrar o roubo
dos salários e uma maior destruição das suas condições de vida.
Fonte. Diário
Online Causa Operária
http://causaoperaria.org.br/blog/2017/04/07/golpistas-promovem-o-primeiro-rebaixamento-geral-dos-salarios-em-14-anos/
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