Ex-presidente
do Clube de Engenharia denuncia ataque ao desenvolvimento industrial do país e
destaca papel central da estatal para o retomada econômica.
“A
Petrobras é o maior instrumento brasileiro para retomada do desenvolvimento”.
Essa é a avaliação do engenheiro Raymundo de Oliveira, ex-presidente do Clube
de Engenharia, feita durante sua fala no debate “O que a Lava Jato tem feito
pelo Brasil”, realizado pelo Partido dos Trabalhadores em São Paulo, nesta
sexta-feira (24).
Em
cinco pontos, Oliveira demonstrou os motivos pelos quais acredita ser um ataque
ao desenvolvimento industrial do país. Em primeiro lugar, ele destacou como a
Petrobras foi pioneira na adoção de normas de qualidade e como, sozinha,
movimenta uma rede de cerca de 5 mil fornecedores.
“Lembro-me
de quando surgiu o ISO 9000 e o Brasil saiu à frente. Uma das razões é que a
Petrobras já tinha essas exigências e, quando veio a exigência do ISO, o Brasil
já estava na frente. A Petrobras tem uma cadeia que inclui 5 mil fornecedores
que está sendo desmantelada”, prosseguiu.
Ele
comparou a atual situação da estatal petroleira à empresa alemã Volkswagen, que
recentemente esteve envolvida em um escândalo de maquiagem dos dados relativos
a emissão de poluentes, mas não teve as atividades impactadas.
“Dirigentes
caíram, houve grande multa, mas a Volkswagen não deixou de produzir um
automóvel e não demitiu um trabalhador”, afirmou.
“A
Petrobras descobriu há dez anos a maior reserva de petróleo do mundo, o
pré-sal. Tivemos que desenvolver tecnologia de ponta para estudar o que havia
abaixo da camada de sal”, prossegue. “ Lula foi fundamental para proteger
pré-sal e estamos voltando atrás.”
Para
o ex-presidente do Clube de Engenharia, o País vive um processo de
desindustrialização. “Enquanto na China se sabe o que será feito daqui a 20
anos, no Brasil não sabemos o que faremos daqui dois”, ponderou, ao reiterar
que o Brasil não tem um projeto de “nação”.
O
engenheiro defende ainda que a indústria nacional seja chamada para o processo
de partilha. “Há 50 anos, a Noruega e a Nigéria descobriram muito petróleo. A
Noruega exigiu a participação nacional grande e a Nigéria saiu vendendo seu
petróleo. Hoje temos que escolher se vamos ser a Noruega ou a Nigéria. Sair
vendendo petróleo sem desenvolver a indústria é um crime.”
http://www.pt.org.br/petrobras-e-meio-de-retomar-crescimento-diz-raymundo-de-oliveira/
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