É
assim que se despedaça e trucida a democracia: dando o poder a quem perdeu as
eleições, garantindo aos derrotados uma fatia gigantesca do governo usurpado e
até a nomeação de um dos seus para o STF, para assegurar vida mansa a quem tem
dívidas com a justiça. A piscadela de Alexandre de Moraes a Edison Lobão, na
CCJ, diz tudo.
Assistiremos
a tudo isso sem nenhum sentimento de pudor?
As
frações de informação tornadas públicas na entrevista do advogado José Yunes,
insistentemente apresentado pelos esbulhadores do Palácio do Planalto como
desconhecido de Michel Temer, embrulham o estômago, causam ânsia de vômito em
qualquer pessoa normal, medianamente decente.
Conclui-se
que Temer e sua cambada prepararam a traição à Presidenta Dilma Vana Rousseff
bem antes das eleições de 2014. A aliança entre o hoje sedizente presidente e o
correntista suíço Eduardo Cunha existia já em maio daquele ano, quando o
primeiro recebeu no Palácio do Jaburu, na companhia cúmplice de Eliseu Padilha,
o Sr. Marcelo Odebrecht, para solicitar-lhe a módica quantia de 10 milhões de
reais. Não para financiar as eleições presidenciais, mas, ao menos em parte,
para garantir o voto de 140 parlamentares, que dariam a Eduardo Cunha a
presidência da Câmara dos Deputados, passo imprescindível na rota da
conspiração para derrubar Dilma.
Temer
armou cedo o golpe que lhe daria o que nunca obteria em uma disputa
democrática: o mandato de Presidente da República. Definitivamente, esse
sujeitinho não foi feito para a democracia. É um gnomo feio, incapaz de
encantar multidões, sem ideias, sem concepções, sem voto, mas com elevada dose
de inveja e vaidade. Para tomar a si o que não é seu, age à sorrelfa, à imagem
e semelhança de Smeágol, o destroncado monstrengo do épico "O Senhor dos
Anéis".
Muito
ainda saberemos sobre o mais vergonhoso episódio da história republicana
brasileira, protagonizado por jagunços da política, gente sem caráter e
vergonha na cara, que só conseguiu seu intento porque a sociedade estava
debilitada, polarizada no ódio plantado pela mídia comercial e reverberado com
afinco nas redes sociais, com a inestimável mãozinha de carreiras da elite do
serviço público.
O
resultado está aí: o fim de um projeto nacional e soberano de desenvolvimento
sustentável e inclusivo. A mais profunda crise econômica que o país já
experimentou. A desconstrução do pouco de solidariedade que nosso Estado já
prestou aos mais necessitados. A troca do interesse da maioria pela mesquinhez
gananciosa e ambiciosa da minoria que, "em nome do PIB" ou "do
mercado", se deu o direito de rasgar os votos de 54 milhões de brasileiras
e brasileiros. Rasgaram-nos pela fraude e pelo corrompimento das instituições,
com o único escopo de liquidar os ativos nacionais e fazer dinheiro rápido e
farto, como na privatização de FHC. Dinheiro que o cidadão nunca verá.
É
assim que se despedaça e trucida a democracia: dando o poder a quem perdeu as
eleições, garantindo aos derrotados uma fatia gigantesca do governo usurpado e
até a nomeação de um dos seus para o STF, para assegurar vida mansa a quem tem
dívidas com a justiça. A piscadela de Alexandre de Moraes a Edison Lobão, na
CCJ, diz tudo.
Assistiremos
a tudo isso sem nenhum sentimento de pudor?
A
essa altura dos acontecimentos, o STF e a PGR só podem insistir na tese da
"regularidade formal" do impedimento da Presidenta Dilma Rousseff com
a descarada hipocrisia definida por Voltaire como "cortesia dos
covardes".
Caiu
o véu da mentira. Não há mais como negar: o golpe foi comprado e a compra
negociada cedinho, ainda no primeiro mandato de Dilma. O golpe foi dado com uma
facada nas costas, desferida por quem deveria portar-se com discreta lealdade
diante da companheira de chapa. O Judas revelado está.
E
os guardiões da Constituição? Lavarão as mãos como Pilatos - ou tomarão
vergonha na cara?
http://blogdoalok.blogspot.com.br/2017/02/caiu-o-veu-da-mentira-nao-ha-mais-como.html
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