"O
líder histórico da Revolução Cubana legou-nos seu exemplo imperecedouro, seu
irrenunciável otimismo e fé na vitória. O melhor monumento aos seus ideais e
obras é tornar realidade, cada dia, os postulados contidos em sua brilhante
definição de conceito de Revolução , que tornou pública em 1º de maio de 2000 e
que milhões de cubanos aderiram".
Assim
expressou o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros,
general-de-exército Raúl Castro Ruz, ao concluir o oitavo período ordinário de
sessões da oitava legislatura, da Assembleia Nacional do Poder Popular, [no
último dia 27 de dezembro].
Raúl
lembrou as palavras que proferiu em 3 de dezembro passado, em Santiago de Cuba,
quando anunciou a vontade de Fidel de que seu nome e sua figura nunca fossem
utilizados para nomear instituições, praças, parques, avenidas, ruas ou outros
lugares públicos, nem erguer em sua memória monumentos, estátuas nem outras
formas similares. "Nosso parlamento converteu em lei a vontade expressa
pelo companheiro Fidel", expressou.
"Seu
espírito de luta permanecerá na consciência dos revolucionários de hoje, de
amanhã e sempre, e assim o demonstraremos na revista militar e na marcha do
povo combatente, no dia 2 de janeiro, em homenagem ao Comandante-em-chefe e
nossa juventude", manifestou.
Ao
fazer uma análise da economia, o presidente fez questão de lembrar as palavras
que proferiu na sessão ordinária de dezembro de 2015, quando advertiu que o
desempenho deste setor, em 2016, devia enfrentar limitações financeiras, por
causa da queda das receitas pelas exportações e dos preços dos principais
itens, entre outros fatores, projeções que foram confirmadas em meados do
presente ano.
"As
limitações nos fornecimentos de combustível e as tensões financeiras
agravaram-se no segundo semestre conduzindo ao decrescimento do Produto Interno
Bruto em 0,9 %. Apesar disso, preservaram-se os serviços de educação e saúde
gratuitos", sublinhou Raúl. E ratificou que não se produziu o colapso da
economia nem o retorno dos apagões (blecautes), como auguravam não poucos
maliciosos órgãos da mídia internacional.
"Não
podem ser esquecidos os efeitos negativos que gera o bloqueio", indicou. E
comentou que Cuba continua sem poder realizar transações internacionais em
dólares estadunidenses.
Outro
impacto provocada na economia cubana, neste ano, foram as afetações do furacão
Mathew, com um saldo significativo de destruição de moradias, escolas e locais
de saúde, entre outros, segundo precisou Raúl em suas palavras.
"Graças
às medidas adotadas para a proteção da população não tivemos que lamentar a
perda de vidas humanas, como aconteceu, infelizmente, em outros estados",
disse.
O
presidente de Cuba agradeceu, ainda, as manifestações de solidariedade e o
apoio material recebido de muitos países e as organizações internacionais das
Nações Unidas para a recuperação, e fez uma menção especial à irmã República da
Venezuela, por iniciativa de seu presidente Nicolás Maduro.
Quanto
ao plano da economia para 2017 alertou que persistirão tensões financeiras;
contudo, "prevemos que a economia retome o caminho ascendente e que o
Produto Interno Bruto cresça moderadamente em torno de 2%".
"Para
conseguir isso será preciso cumprir três premissas decisivas: garantir as
exportações e sua cobrança oportuna, incrementar a produção nacional que
substitua importações, e reduzir toda aquela despesa não imprescindível",
ressaltou.
"Continuaremos
executando os programas de investimentos em função do desenvolvimento
sustentável da economia nacional, para o qual será imperativo", segundo
precisou, "dinamizar o investimento estrangeiro, esfera na qual não
estamos satisfeitos e têm sido frequentes as demoras excessivas do processo
negociador. É preciso superar, de vez e para sempre, a mentalidade obsoleta,
cheia de preconceitos, contra o investimento estrangeiro".
Aprofundou
que devemos livrar-nos de falsos temores acerca do capital externo. Não vamos
nem iremos ao capitalismo, isso está totalmente descartado, assim como diz
nossa Constituição, mas não devemos ter medo e colocar obstáculos àquilo que
podemos fazer no âmbito das leis vigentes, o que implica a preparação dos
dirigentes e especialistas que negociem, bem como aprofundar nas deficiências e
erros cometidos no passado para não repeti-los, indicou o general-de-exército.
Raúl
acrescentou que Cuba não produz todo o combustível que necessita; algo que tem
sido uma espada de Dámocles desde o triunfo da Revolução, pelo que sem abrir
mão do incremento da produção nacional de petróleo, devemos acelerar o
desenvolvimento das fontes renováveis de energia, que neste momento apenas são
4,65% da geração de eletricidade no país.
Acerca
da experiência aplicada nas províncias de Artemisa e Mayabeque, e a aprovação
para continuarem trabalhando até que conclua a atual legislatura, sublinhou,
entre outras vantagens, que tem permitido pôr em prática um conjunto de
princípios organizativos, que incrementam a atenção aos conselhos populares,
delegados ou vereadores nas circunscrições e à população em geral.
"Não
obstante, vieram à baila deficiências que impediram a consolidação do modelo de
gestão", disse. E referiu-se a dificuldades como o elevado nível de
flutuação de dirigentes dessas instâncias, a insuficiente atenção e supervisão
por parte dos organismos e entidades nacionais, entre outras. Cabe, juntamente
com as estruturas do Partido nas diferentes instâncias, superar os erros e
avançar sem recuos em sua culminação, no novo prazo concedido", afirmou.
Raúl
conclui seu discurso enviando uma felicitação ao povo cubano, lembrando que em
poucas horas recordará mais um aniversário do triunfo da Revolução e o advento
do novo ano.
https://convencao2009.blogspot.com.br/2016/12/raul-castro-o-retorno-ao-capitalismo-em.html
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