Pedro
Parente reduziu os investimentos da Petrobrás a um terço do que era previsto
três anos atrás, já vendeu campos de petróleo promissores, subsidiárias
lucrativas, a maior rede de gasodutos do país, entre outros ativos
estratégicos. A fome do mercado, no entanto, é insaciável.
A
decisão de uma das principais agências de classificação de risco de manter
rebaixadas as notas da companhia, tanto no âmbito internacional, quanto aqui
dentro do país, é sinal de que os abutres ainda não estão satisfeitos com o
desmonte que já fez as reservas da estatal retrocederem 15 anos. Eles querem o
aprofundamento dessas medidas.
Não
poderia ser diferente. As agências adotam critérios de mercado para definir os
riscos das empresas, sem levar em conta questões estruturais. Na maioria das
vezes, acabam potencializando a especulação financeira
Foi
assim na crise de 2008, onde as três maiores agências do mundo de classificação
de risco foram corresponsáveis pela bolha do mercado imobiliário dos Estados
Unidos, ao avaliarem com nota máxima o banco Lehman Brothers e seus títulos
hipotecários podres. O que consideraram como investimento de “alta
confiabilidade” levou à bancarrota milhões de norte-americanos, desencadeando a
maior crise financeira do século.
O
mesmo princípio vale para a Petrobrás. Os critérios subjetivos e passíveis de
erro que as agências utilizam para classificar empresas de varejo, por exemplo,
são os mesmos que aplicam na petrolífera, cujo perfil de negócio é totalmente
diferente e com foco no longo prazo. O economista Luiz Gonzaga Belluzo,
ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, já afirmou uma
vez que essas agências são estelionatárias.
Poderíamos
dizer o mesmo de Pedro Parente, que, na ânsia de cumprir os compromissos
assumidos com os financiadores do golpe, não mede esforços para atender as
determinações de Wall Street. Chega a ser patético o papel que sua gestão vem
cumprindo para agradar o mercado, como a gangorra esquizofrênica dos reajustes
do diesel e da gasolina, uma política de preços “pra inglês ver”.
Mesmo
com a Petrobrás sendo dilapidada por uma administração que privilegia os
investidores privados em detrimento da nação, eles querem mais, muito mais. É
um jogo de cartas marcadas, onde os golpistas que estão na direção da empresa
rezam de joelhos na bíblia sagrada do deus mercado, fazendo girar a ciranda dos
especuladores. Se não estancarmos essa sangria, perderemos a Petrobrás de vez
para os estelionatários.
http://www.fup.org.br/ultimas-noticias/item/20580-petrobras-a-merce-dos-estelionatarios
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