O
que a princípio seria um sonho para os golpistas – retirar Dilma Rousseff da
presidência -, tornou-se um pesadelo para os empresários da indústria
naval. Michel Temer e Pedro Parente
querem que o casco das plataformas do megacampo de Libra tenha índice de
conteúdo local zero, ou seja, passe a ser feito todo fora do Brasil.
Empresários
vão à Justiça para que o golpe apoiado pela Fiesp não destrua a indústria naval
Os
empresários do setor naval entraram na Justiça para evitar que o golpe
parlamentar articulado por Eduardo Cunha e Michel Temer, ambos do PMDB, e
apoiado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), liderada
por Paulo Skaf (PMDB), destrua a indústria naval brasileira. O novo governo já
havia agravado a situação das micro e pequenas empresas.
O
Valor Econômico publicou que o Sindicato da Indústria Naval ingressou com uma
ação judicial para impedir que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aceite o
pedido da Petrobras para reduzir (para zero, em muitos casos) a exigência de
conteúdo local nos equipamentos para a exploração dos campos de Sépia e Libra,
ambos do pré-sal, como havia sido exigido na licitação que outorgou à
petroleira e seus sócios a produção destas jazidas.
O
conteúdo nacional havia sido aprovado durante o governo do ex-presidente Lula e
agora quer ser retirado pelo governo Temer. A prática é utilizada em todos os
países industrializados e foi fundamental no desenvolvimento da Coréia do Sul.
O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, contesta as notas plantadas pela
estatal de que os equipamentos, aqui, custariam entre 40 e 60% mais do que
comprados no exterior:
“Como
pode ser 40% mais caro se os operadores convidados [para afretar as unidades de
Libra e Sépia à estatal] não pesquisaram nenhum estaleiro brasileiro?(…) Falta
uma consulta real aos fornecedores locais. A Petrobras argumenta que as
plataformas de produção ficam 40% mais caras com o conteúdo local, mas não
apresenta as informações que comprovem esse argumento”
Para
que o leitor tenha uma ideia da monstruosidade que pretende a gestão do
indicado de Temer na Petrobras, o ex-“ministro do apagão” de FHC, Pedro
Parente, quer que o casco das plataformas do megacampo de Libra tenha índice de
conteúdo local zero,ou seja, passe a ser feito todo fora do Brasil.
O
edital e o contrato original que deram à Petrobras, (associada à Total, à Shell
e às chinesas CNPC e CNOOC) o direito de exploração do campo previam que os
cascos tivessem índices de conteúdo local que variavam de 75% até 90%.
(Carta Campinas com
informações do Tijolaço).
Um comentário:
Parabéns por esta nota, Jorge Jobim. Aproveito para lhe fazer uma pergunta que está na garganta de milhares de brasileiros: A quantas anda o processo criminal relativo à tragédia na Boate Kiss? É verdade que tudo já virou pizza e que o dinheiro está a falar mais alto que as leis, aí em Santa Maria? Abraços.
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