A
presidenta deposta, Dilma Rousseff (PT), iniciou neste mês uma série de viagens
ao exterior para denunciar o golpe que levou Michel Temer e sua turma ao poder.
A viagem, que vai até o dia 5 de fevereiro, começou pela Espanha, na
terça-feira (24), quando Dilma esteve em Sevilha, no seminário organizado pelas
universidades da Espanha e Portugal. De acordo com a programação, Dilma abriu o
evento com a palestra inaugural "O ataque à democracia no Brasil e na
América Latina".
Depois
do evento, em entrevista coletiva Dilma falou sobre o processo que uniu
centristas, direita, ultraconservadores e oligarquia para aplicar no Brasil a
estratégia política do "quanto pior, melhor", à qual se somou a
criminalização de sua gestão fiscal. “Perdemos a batalha, mas não podemos
perder a democracia”, disse Dilma, que falou também sobre sua preferência por
Lula como candidato do PT para as eleições de 2018. “Acredito e quero que seja
Lula o candidato. As pesquisas dizem que ele seria um forte candidato, mas a
decisão depende dele”, disse a jornalistas europeus.
Dilma
aproveitou ainda para criticar a política distorcida contra Lula no Brasil
denunciado a acusação de corrupção sem provas, mas com convicção – fazendo
referência a uma frase de Deltan Dellagnol, procurador do Ministério Público
Federal e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.
Da
Espanha, Dilma viaja hoje (26) para Lecce (Itália) e Paris (França) onde dará
palestras sobre o golpe no Brasil e participará do seminário Capitalismo
Neoliberal, Democracia Sobrante.
A
presidenta, está acompanhada pelo ex-ministro de Justiça José Eduardo Cardozo,
o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, e Baltasar Garzón,
juiz da Audiência Nacional da Espanha.
Com
o pé na estrada, Dilma também fará palestras na terceira edição da Brazil
Conference at Harvard and MIT, a convite de estudantes de doutorado brasileiros
das duas instituições, a ser realizada em abril, em Cambridge, Massachussetts
(EUA).
Em
sua última passagem por território americano, em abril de 2016, Dilma Rousseff
planejou denunciar o golpe na conferência da ONU, em Nova York. Com medo de que
Dilma revelasse ao mundo que estava sendo vítima de um golpe, Michel Temer
escalou seus aliados com a missão de
desmentir a presidenta.
Antes
mesmo de ela confirmar a viagem, o senador tucano Aloysio Nunes pousou em
Washington para pedir o apoio de autoridades americanas ao “impeachment”. Em
breve discurso, Dilma trocou a palavra golpe por “retrocessos” e deixou muita
gente frustrada.
Mas
para a imprensa estrangeira mais influente meia palavra bastou. Todos
entenderam o que ocorria no Brasil. Em editorial, o britânico The Guardian
descreveu o impeachment como "uma tragédia e um escândalo".
O
The New York Times disse que a Câmara fez um plebiscito sobre o PT, em vez de
julgar a acusação baseada nas pedaladas fiscais.
Agora,
Dilma está livre para denunciar ao mundo que Temer se valeu de um golpe para
chegar ao poder.
http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2017/01/dilma-poe-o-pe-na-estrada-para-denunciar-ao-mundo-o-golpe-no-brasil
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