Velha
mídia restabelece lema nazista: o trabalho liberta
Em
tempos de golpe de Estado e de Michel Temer, a velha mídia se esforça para
criar um clima de normalidade no país a ponto, até, de resgatar um lema que era
inscrito nos portões dos campos de concentração nazista dizendo que “o trabalho
liberta” (arbeit macht frei).
Dito
isto, vamos ao jornal Valor Econômico que na edição desta terça (3) traz a
matéria “Trabalhar demais virou símbolo de status”. Trata-se de uma corruptela
da máxima nazista.
O
jornalão reproduz “estudo” norte-americano afirmando que compartilhar fotos de
férias, momentos prazerosos ou de tempo livre perdeu espaço para o estilo de
vida “workaholic” (viciado em trabalho).
Na
verdade, o que o Valor quer incutir na mente dos brasileiros é que o trabalho
dignifica o homem e os que não trabalham são vagabundos. Um contra-senso no
país do golpe e do desemprego. Tirar férias, então, um pecado mortal!
É
o neoliberalismo econômico fazendo a disputa ideológica (falsa representação da
verdade) com os trabalhadores.
Aos
que não se enquadrarem ao esquema da burguesia golpista, de trabalho num país
de desempregados, xilindró, de preferência num presídio privado como aquele de
Manaus onde 56 detentos foram exterminados no dia 1º deste ano.
Abaixo, a íntegra da
matéria nonsense do Valor (Organizações Globo):
Trabalhar
demais virou símbolo de status
SÃO
PAULO – O que denota mais poder e status hoje em dia? Compartilhar fotos de uma
prazerosa viagem de férias nas redes sociais ou repetir com frequência que a
vida está “corrida” e o trabalho está tomando todo o seu tempo?
Segundo
um estudo de pesquisadoras americanas, o estilo de vida “workaholic” é hoje um
símbolo de status mais significativo do que a capacidade de ter tempo livre e
se dedicar a atividades voltadas apenas ao lazer.
Por
meio de uma série de experimentos, as professoras Silvia Bellezza, da Columbia
Business School, Neeru Paharia, da Universidade de Georgetown, e Anat Keinan,
da Harvard Business School, testaram como o ato de alguém sinalizar que está
muito ocupado no trabalho influencia a percepção de status social dessa pessoa
aos olhos dos outros.
Em
um dos estudos, com 450 participantes, os entrevistados avaliaram o status de
pessoas que faziam compras em um serviço on-line de entrega, ao invés de em uma
rede de supermercados de alto padrão. Por associar o serviço de entregas à
falta de tempo, os participantes atribuíram o mesmo status social aos seus
compradores do que os que frequentavam a rede de supermercados de luxo — apesar
de eles próprios não considerarem o primeiro tão caro quanto o segundo.
Outro
experimento analisou a percepção dos participantes em relação a uma mulher que
usava fones de ouvido sem fio, associados ao ato de fazer várias tarefas ao
mesmo tempo, ou fones normais tradicionalmente usados para ouvir música. Mesmo
quando as marcas dos fones tradicionais eram mais caras do que as do fone sem
fio, os participantes associaram mais status aos aparelhos dedicados às
atividades profissionais.
Para
as pesquisadoras, a percepção crescente de que estar ocupado sinaliza status
está relacionada ao desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento,
onde certas habilidades profissionais são muito valorizadas no mercado. “Ao
dizer aos outros que estamos ocupados e que trabalhamos o tempo todo, estamos
sugerindo implicitamente que somos pessoas em alta demanda”, escreve Silvia
Bellezza, em artigo para a “Harvard Business Review”.
Uma
condicionante dessa percepção descoberta durante os estudos, no entanto, foi a
crença de cada participante no conceito de mobilidade social. Aqueles mais
propensos a acreditar que trabalhar duro resulta em sucesso também atribuíram
mais status social às pessoas mais ocupadas.
http://jornalggn.com.br/noticia/arbeit-macht-frei-midia-restabelece-lema-do-nazismo-por-esmael-morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário