Foi
sobretudo no período do ditador Emílio Garrastazu Médici [1969-1974] que o
terror de Estado foi institucionalizado como método oficial para a repressão e
para o aniquilamento da resistência à ditadura civil-militar implantada em 1º
de abril 1964.
Uma
potente arquitetura repressiva e de perseguição política foi montada no governo
federal e nos Estados brasileiros com o engajamento financeiro de grandes
grupos econômicos – entre os quais FORD, GM e ULTRAGAZ.
A
Rede Globo avultou como o monopólio midiático dominante e, assim, logo se
converteu na mais eficiente máquina de propaganda e de legitimação do regime –
desinformando, alienando e entretendo a população, e ocultando a realidade e a
face atroz da ditadura.
Em
1º de setembro de 1969, um mês antes do início do período do general Médici, a
Globo lançou o Jornal Nacional [JN], programa noticioso que ainda nos dias de
hoje exerce poderosa influência no debate político no Brasil, com força de
organização, articulação e propagação do discurso hegemônico.
Em
determinadas edições do JN daquela época, não por coincidência nos dias de
cometimento de atrocidades pelo regime, o âncora do telejornal, Cid Moreira,
com voz grave e solene finalizava o noticiário com uma conclamação:
“brasileiros, nunca fomos tão felizes!” [sic].
Naquele
que foi o ambiente mais macabro e horroroso da história do país, a Globo
anunciava ao povo brasileiro uma suposta e nunca antes vivenciada felicidade!
Com a infâmia, escondia o terror que dizimava a resistência democrática e, ao
mesmo tempo, ocultava a censura, as cassações, perseguições, mortes, os
desaparecimentos e exílios impostos pelo regime.
A
Globo repete a cretinice nos dias atuais. Na edição do JN da última
quinta-feira [12/01], fez uma reportagem bizarra sobre o que chama de “inflação
pessoal”. Num exercício eufemístico, o JN individualizou a responsabilidade
pela crise econômica e insinuou medidas que cada pessoa deveria adotar para
enfrentar a própria “inflação pessoal”: se usa carro, substituir por ônibus; se
a escola particular está cara, a pública é a alternativa; se o feijão pesa no
orçamento, por que não deixar de comê-lo? …
Com
tal enquadramento sobre a carestia e a perda de renda causada pelo desemprego
brutal, a Globo teve o claro objetivo de ocultar a desastrosa política
econômica do governo golpista – política que está afundando o Brasil e vai
promover uma crise humanitária sem precedentes. A única diferença é que desta
vez o William Bonner [o sucessor do Cid Moreira no JN] não exaltou que “nunca
fomos tão felizes!”.
A
Globo não foi apenas cúmplice dos ataques à democracia e aos governos
progressistas, mas teve participação golpista ativa; foi co-autora e
sócia-fundadora das empreitadas golpistas nos últimos 52 anos: em 1964, no
golpe civil-midiático-militar; e em 2016, no golpe
jurídico-midiático-parlamentar.
A
Globo é a expressão fiel da índole da classe dominante brasileira: golpista,
intolerante e anti-democrática, sempre a postos para derrubar governos
progressistas e as políticas de distribuição de renda, igualdade social e
independência nacional.
A
Globo é nefasta à democracia e à construção do ideal de uma nação justa,
igualitária e moderna. Nunca existirá democracia sem o controle democrático dos
meios de comunicação e sem o fim do poder monopólico do noticiário e da
informação em mãos de uma única família.
A
Rede Globo é uma tragédia para o Brasil – a quebra do seu poder nefasto é um
requisito para a democracia e para a soberania nacional.
http://www.ocafezinho.com/2017/01/14/jeferson-miola-a-cretinice-da-globo/
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