E
Renan surrou o Supremo.
Desobedeceu
a uma ordem do ministro Marco Aurélio e foi para o confronto.
Nocauteou.
Marco
Aurélio foi batido por 7 a 3 no plenário do STF.
Inventaram
uma saída. Um réu como Renan não pode estar na linha de sucessão da
presidência. Este era o argumento de Marco Aurélio para afastar Renan. (De
resto, uma razão velha, dado o número de anos em que Renan é réu.)
A
gambiarra criada foi estabelecer que um réu não pode virar presidente da
República. Mas comandar o Senado ou a Câmara pode.
Renan
triunfou assim.
O
episódio mostra muitas coisas. Por exemplo, o absurdo que é a política
nacional. Lugar de réu é no tribunal — e não na presidência do Senado, ou da
Câmara, ou do que for. (Mas nós suportamos tudo, incluído aí um consagrado
gangster comandando um processo de impeachment.)
O
caso demonstra, também, o contraste formidável entre a força dos Renans do
Congresso e a fraqueza pomposa dos eminentes ministros do STF. Eles falam
difícil, num português para poucos, mas não mandam nada.
Foi-se
a ilusão de que no Supremo se juntavam senhores justos prontos a impedir que a
lei fosse subvertida por gente de pouco ou nenhum escrúpulo.
Não
apenas justos — mas inexpugnáveis, fechados a barganhas de bastidores.
Acordamos
para a doída realidade de que não temos apenas o pior Congresso do mundo. Temos
também um Supremo medonho — tão inoperante e tão acoelhado que não conseguiu
ser páreo para Renan.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-significado-da-surra-historica-que-renan-deu-no-supremo-por-paulo-nogueira/
Nenhum comentário:
Postar um comentário