Uma
das bravatas da semana veio de Sérgio Moro. Ele comemorou uma decisão do STF
que permite prisões em segunda instância — na dele, portanto — com as seguintes
palavras: “Não somos uma sociedade de castas.”
Como
assim?
Na
verdade, somos, mais que nunca, ou como sempre, uma sociedade de castas.
Não
fôssemos, os políticos do PSDB envolvidos em delações não teriam tratamento
privilegiado.
Simplesmente
não acontece nada com eles.
O
delator e construtor Leo Pinheiro disse que o dinheiro dado a Aécio e a Dilma
vinha exatamente da mesma fonte. Mas é como se um fosse puro e o outro sujo,
pela forma distinta como Moro e a Lava Jato os tratam.
Aécio
teve em Furnas uma fonte de propina de muitos e muitos anos. Que lhe foi
cobrado por isso? Ou pelo aeroporto particular erguido com dinheiro público?
E
Serra, com a denúncia de 23 milhões de reais cash que lhe deu uma construtora?
Como
falar que não somos uma sociedade de castas? A mesma lei que vai servir para
prender em segunda instância os suspeitos de sempre — os petistas — será
engavetada quando se tratar dos “suspeitos de nunca” — os políticos a serviço
da plutocracia.
Não
fôssemos uma sociedade de castas, as corporações jornalísticas não teriam as
mãos livres para cometer as barbaridades que cometem em nome de seus interesses
privados.
E
pagariam os devidos impostos, além disso. Não teriam as facilidades de sempre
para sonegar como há tantos anos, décadas acontece. Cunha não estaria solto.
FHC teria que explicar a compra de votos no Congresso que lhe permitiu um
segundo mandato. E por aí vai.
Faz
tempo que não lembro aqui Wellington, mas esta é uma situação que pede isso.
Quem
acredita que não somos uma sociedade de castas acredita em tudo.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/ao-contrario-do-que-disse-moro-somos-sim-uma-sociedade-de-castas-por-paulo-nogueira/
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