O
governo golpista acelera temerariamente a agenda de retrocessos.
Na
contramão da história e da civilização, a oligarquia escravocrata pretende
aumentar a jornada de trabalho para 12 horas diárias, substituir a lei
trabalhista [CLT] por contratos diretos entre patrões e empregados e
flexibilizar os direitos dos trabalhadores a férias, a horas extras e ao 13º
salário.
Essas
medidas, que atacam brutalmente os direitos conquistados pela classe
trabalhadora na primeira metade do século passado, se somam a outras que já
tramitam no Congresso.
É
o caso, por exemplo, da Proposta de Emenda Constitucional [PEC] 241, que acaba
com a garantia dos mínimos constitucionais para a saúde e educação e congela
por 20 anos as verbas para o SUS, para as Universidades, creches, ensinos médio
e fundamental, ciência e tecnologia.
Especialistas
estimam que se esta PEC draconiana for aprovada, o SUS perderá R$ 160 bilhões
somente nos primeiros 10 anos. Isso significa que no intervalo de uma década, o
desvio de dinheiro que deveria ir para a saúde causaria uma desassistência
assombrosa, como se o SUS ficasse fechado por um ano e meio e a população sem
nenhum atendimento.
Esse
é o espírito do golpe: ampliar a taxa de retorno e de lucratividade do capital,
retirar o povo do orçamento público e transferir a renda e a riqueza nacional
para o rentismo e para o capital estrangeiro.
A
burguesia golpeou a democracia para destituir ilegalmente as forças
progressistas que venceram as eleições em 2014, e assim recuperar o controle
direto do Estado para viabilizar a restauração neoliberal ultraconservadora e
reacionária no Brasil.
Para
impor esta agenda de retrocessos a oligarquia golpista – que também é misógina,
homofóbica, racista e escravocrata – deverá aprofundar o emprego de medidas de
exceção e repressão que, todavia, não conseguirão conter a insurgência democrática
que assume características irreversíveis de desobediência civil.
O
golpe é contra o povo, contra a classe trabalhadora; contra as mulheres, as
juventudes, os negros, os camponeses pobres e humildes. A luta de classes mudou
de patamar – o campo democrático e popular radicaliza o enfrentamento à
oligarquia golpista e escravocrata – e os golpistas poderão levar o país a um
nível dramático de conflitividade social.
Esta
realidade parece surrealista. Do jeito que a coisa vai, será revolucionário
lutar pelo direito de folga aos domingos.
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/jefersonmiola/254252/Oligarquia-golpista-e-escravocrata.htm
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