A
chamada da Der Sipegel é precisa: o novo presidente do Brasil é um homem das
sombras, dos acordos, dos conchavos, não um produto da luminosidade das ruas
deste pobre país dos trópicos.
“Quase
nenhum brasileiro votaria nele mas, de qualquer maneira, Michel Temer é agora o
presidente. Com um gabinete completamente branco, totalmente
masculino,representa a velha elite. Os líderes empresariais exultam.”
Não
é uma opinião isolada. A Deutsche Welle, diz que “os mais importantes jornais e
revistas alemãos “questionaram a legitimidade do impeachment, classificado-o
com um processo com motivação política”.
O
Die Zeit diz que Temer“conduz agora um governo que opera de maneira exatamente
oposta àquilo que o povo escolheu ao eleger Dilma”
“Até
2018, o Brasil terá que conviver com um governo que ninguém elegeu e que chegou
ao poder de maneira altamente duvidosa. A democracia brasileira mergulha numa
crise de confiança da qual vai demorar a se recuperar”
Já
o importante Frankfurter Allgemeine Zeitung e o Sueddeutsche Zeitung dizem que
Lula é tão vencedor deste processo, pelas possibilidade de um novo discurso
antigolpista em 2018. Este último, famoso por ter descoberto o escândalo dos
Panama Papers.
Dilma
é uma das poucas políticas de alto escalão do país contra a qual não há
acusações concretas de corrupção; e justamente o impeachment pode acabar por
fortalecer o PT no futuro.
“Dilma
falou repetidamente de um ‘golpe parlamentar’. Com isso, a estratégia de
argumentação do PT para a próxima campanha eleitoral já está definida. Lula
voltará a se candidatar […] – hoje o político mais popular e impopular do
Brasil”, afirma. “Pode ser que com a destituição do governo do PT comece, ao
mesmo tempo, o renascimento do partido”, conclui.
Por
Fernando Brito
http://www.tijolaco.com.br/blog/na-midia-alema-o-o-homem-das-sombras-assume/
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