Na
entrevista coletiva sobre a operação deflagrada hoje, e que resultou na prisão
do ex-ministro Antonio Pallocci, os porta-vozes da Lava Jato disseram, de
raspão, possuir planilhas da construtora Odebrecht sobre o pagamento de
propinas por obras realizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e em
outras unidades da federação.
O
delegado Filipe Pace disse, e talvez tenha se arrependido, estar
“documentalmente provado” que Marcelo Odebrecht coordenou o pagamento de
propinas relacionadas com várias obras federais e estaduais, citando, entre
elas, obras para o metrô de São Paulo, para a Companhia de Transportes Urbanos
de São Paulo, para coleta e tratamento de lixo em São Paulo, além da reforma do
aeroporto Santos Dumont, obras no autódromo de Jacarepagá e de piscinas
olímpicas para os Jogos Panamericanos do Rio, entre outras tantas.
Estas
ilicitudes, entretanto, estão vinculadas a governos do PSDB, no caso de São
Paulo, e do PMDB, no caso do Rio. Quando a repórter da CBN perguntou sobre os
agentes identificados como recebedores destas propinas relacionadas a estes
contratos, ele citou o nome de “bagrinhos”, funcionários desconhecidos que
certamente não são os verdadeiros beneficiários. Tergiversou.
Estes
casos não interessaram à Lava Jato. Afinal, não envolvem “agentes políticos” do
PT. Pallocci agora é a bola da vez e seu papel no esquema petista foi apontado
como “mais relevante” que o do ex-ministro José Dirceu, até hoje sempre
qualificado como o grande operador.
https://luizmuller.com/2016/09/26/lava-jato-ignora-propinas-em-obras-do-psdb-e-do-pmdb-por-tereza-cruvinel/
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