De
líder natural do continente, o Brasil começa a se tornar um pária entre seus
próprios vizinhos, desde o golpe parlamentar de 2016, que afastou a presidente
do cargo e permitiu a ascensão de Michel Temer sem que tenha havido crime de
responsabilidade; em nota, o governo do Uruguai, de Tabaré Vazquez, condenou a
"profunda injustiça"; o Chile, de Michele Bachelet, manifestou apreço
por Dilma, sem citar Temer, em seu comunicado; mais radicais, o Equador, de
Rafael Correa, a Venezuela, de Nicolas Maduro, e a Bolívia, de Evo Moraes,
retiraram seus embaixadores; a Unasul, liderada por Ernesto Samper, deve
convocar reunião extraordinária; com Temer, Brasil só tem o apoio do Paraguai,
que passou por golpe semelhante, e da Argentina
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– O Brasil é hoje um pária entre seus próprios vizinhos da América do Sul. De
líder natural do continente, o Brasil passou a essa condição depois do golpe
parlamentar de 2016, que afastou a presidente Dilma Rousseff de forma
arbitrária, colocando em seu lugar o vice Michel Temer.
Em
nota, o Uruguai, governado pelo moderado Tabaré Vazquez, disse considerar uma
"profunda injustiça" a destituição de Dilma. "O Uruguai deseja
destacar o papel da presidenta Dilma Rousseff em fortalecer a histórica relação
bilateral, que permitiu alcançar uma aliança estratégica que redundou em
benefício de ambos os povos", diz o texto. "Para além da legalidade
invocada, o governo uruguaio considera uma profunda injustiça dita
destituição".
Em
outro comunicado, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), liderada por
Ernesto Samper, anunciou que está fazendo consultas com os chanceleres da
entidade para a realização de uma reunião extraordinária, uma vez que esse
processo "gera preocupação e tem implicações regionais".
Numa
postura mais radical, o Equador, de Rafael Correa, a Venezuela, de Nicolas
Maduro, e a Bolívia, de Evo Moraes, retiraram seus embaixadores de Brasília. O
Chile, numa nota divulgada por Michelle Bachelet, manifestou "o apreço e
reconhecimento à presidenta Dilma Rousseff" e não citou o nome de Michel
Temer.
O
Itamaraty ainda não preparou nenhuma resposta aos vizinhos, uma vez que o
chanceler acompanhar Temer em sua viagem à China. Hoje, o Brasil só tem o apoio
do Paraguai, que passou por golpe semelhante, e da Argentina, onde Mauricio
Macri tenta implantar, sob forte reação popular, um programa ultraliberal na
economia.
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/253095/Era-Temer-isola-o-Brasil-na-pr%C3%B3pria-Am%C3%A9rica-do-Sul.htm
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