quinta-feira, 29 de setembro de 2016

COM EUFEMISMO, LEWANDOWSKI CHAMA IMPEACHMENT DE DILMA DE GOLPE

O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski usou do eufemismo para classificar o impeachment de Dilma Rousseff como um golpe na democracia. Em um seminário registrado pela CartaCapital, o magistrado disse: "[Esse impeachment] encerra novamente um ciclo daqueles aos quais eu me referi [de participação popular em alta]. A cada 25, 30 anos, no Brasil, nós temos um tropeço na nossa democracia", afirmou.

Lewandowski presidiu as sessões em que Dilma foi julgada no Senado por suposto crime de responsabilidade fiscal. A queda da presidente reeleita em 2014 levou ao poder Michel Temer que, neste mês, em passagem pelos Estados Unidos, disse que Dilma foi destituída porque não aceitou o programa de governo do PMDB, chamado de Ponte Para o Futuro.

Na visão de Lewandowski, um dos fatores que derrubou Dilma foi a proliferação de partidos políticos que tornou o presidencialismo de coalizão uma tarefa indomável para a sucessora de Lula. "O presidencialismo de coalizão saiu disso [da falta de participação popular], com grande número de partidos políticos, até por erro do Supremo, que acabou com a cláusula de barreira, e deu no que deu", afirmou.

Ao tratar da fala de Lewandowski, a Folha de S. Paulo escreveu que "ao fim do julgamento da petista, ele tomou a decisão de permitir o 'fatiamento' da votação. Assim, o Senado pôde manter os direitos políticos de Dilma, mesma retirando-a do governo. A decisão é contestada, no STF, por partidos políticos de oposição ao PT."

Na verdade, Lewandowski apenas delegou ao Senado o poder de decidir se o julgamento deveria ser fatiado ou não. Inclusive, o ministro ressaltou que ao presidir o impeachment, não poderia dar sua opinião de juiz do Supremo sobre a possibilidade de desvincular a perda do mandato da inabilitação para cargos públicos.


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