Num
evento dessa sexta-feira 9/set, na sede do Barão de Itararé, Guilherme Boulos,
líder do MTST, fez aguda análise, que aqui se reproduz de forma não literal.
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O Golpe quer fazer rapidamente uma regressão social inédita.
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O Golpe tem os 2/3 do Congresso para revogar a CLT: basta aprovar o PL 4 330
que terceiriza tudo; e aprovar o negociado sobre o legislado.
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Com isso, a CLT não será mais obrigatória.
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Até os militares respeitaram a CLT.
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Se aprovar os 65 anos de aposentadoria para o homem e a mulher, desindexar o
reajuste do aposentado pelo salário mínimo, e acabar com a aposentadoria rural
(criada pelos militares), acabou a Previdência!
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E a cereja do coquetel: a PEC 241, que rasga a Constituição e toda a rede de
proteção social na Educação e na Saúde: em dois anos eles podem destruir o
legado de 13 anos!
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Hoje, defender a Constituição do Ulysses, de 1988, passa a ser revolucionário!
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O que fazer?
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Há dois desafios.
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Montar a mais ampla possível frente política de resistência.
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E construir um novo projeto.
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Um novo projeto que confronte e desagrade.
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Não dá mais para conciliar.
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Retomar os velhos projetos: não dá para fazer Reforma Agrária com a Kátia
Abreu; Reforma Urbana com a Odebrecht; Reforma Tributária com os bancos; nem
regular a mídia se o Governo dá dinheiro à Globo.
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E tem que ter o caldo da rua, com mobilizações quase diárias.
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Trazer para as ruas quem ainda não foi para as ruas.
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O trabalhador não defendeu a Dilma e assistiu ao Golpe como se fosse uma briga
de políticos.
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É preciso fazer uma auto-crítica: por 20 anos, uma parte da Esquerda se
descolou das disputas da consciência e tirou o pé do barro.
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Hoje quem vai ao povo são os evangélicos, que suprem o papel da Esquerda.
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O trabalhador vai para a rua para defender seus direitos.
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É possível massificar a resistência ao Golpe e talvez derrotá-lo.
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Com um projeto de radicalização da Democracia.
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Sem cair nas ciladas da conciliação.
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Com a perspectiva de que não é mais possível pactuar com a Direita.
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Antes tarde do que mais tarde.
A
partir de memória do PHA
(Créditos:
Roberto Stucker Filho/PR)
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/boulos-abrir-a-frente-e-chega-de-conciliacao
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