A
imprensa internacional exprime com absoluta precisão a verdade que a Globo e a
imprensa golpista do Brasil escondem.
No
mundo inteiro o impeachment é divulgado pelo que é: um golpe de Estado, um
atentado à democracia e à Constituição; uma farsa montada por políticos
corruptos para derrubar uma Presidente inocente.
O
francês Le Monde avalia em editorial que “se esse não é um golpe de Estado, é
no mínimo uma farsa”. Para o inglês The Guardian, “o impeachment de Dilma é
tragédia e escândalo”. O argentino Página12, por exemplo, lançou o livro “Golpe
no Brasil – genealogia de uma farsa”. O New York Times alerta que estão “tentando
tirar a líder do Brasil, mas enfrentam acusações contra si mesmos”.
Uma
definição original sobre o golpe fez o comentarista português Miguel Sousa
Tavares. Atônito com as cenas dantescas que assistiu, ele chamou a deplorável
sessão da Câmara dos Deputados de 17 de abril de 2016 como uma “assembléia
geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”.
Naquela
“assembléia geral” estavam presentes a Janaína Paschoal e a denúncia comprada a
ela pelo PSDB por R$ 45 mil; estava presente o relatório fraudulento elaborado
por um cupincha do Cunha; estava também a quase metade dos deputados réus e
investigados por corrupção e crimes diversos, inclusive de homicídio; e estavam
os neo-canalhas do PSB, alguns canalhas do PDT e todos os canalhas do PSDB,
DEM, PTB, PSD, PMDB, PP, PPS.
Apesar
de tantas e repugnantes presenças, naquela “assembléia geral” só faltou o
essencial: o crime de responsabilidade para aceitar a denúncia e instalar o
processo de impeachment da Presidente Dilma. Ainda assim, sob o predomínio do
fascismo, a fraude do impeachment foi acolhida e aprovada.
Em
12 de maio o Senado deu seguimento à farsa. Converteu-se, assim, num cenário do
crime continuado.
Suas
excelências – os senadores e as senadoras golpistas – adotam as devidas cautelas
para evitar outra vez o espetáculo escatológico oferecida por sua malta ao
mundo em 17 de abril. Eles se esforçam para aparentar recato e serenidade, mas
no fundo são uns cínicos que se dissimulam com uma cordialidade apenas
aparente. Entre eles, há de se ter maior cuidado com os de fala mansa e
controle científico das expressões faciais: são os que fazem o gênero do
homicida que crava a faca na vítima olhando-a nos olhos com um sorriso cortês
nos lábios.
Essa
falsidade toda, contudo, não atenua o crime que estão cometendo, e tampouco
retira-lhes a qualidade de integrantes de uma “assembléia geral de bandidos”
que, nesta ocasião, não será “comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”.
Na
“assembléia geral” do Senado deste dia 29 de agosto, estarão as mesmas
repugnantes presenças que participaram da “assembléia geral” de 17 de abril.
Outra vez, todavia, a grande ausência será o fundamento legal e constitucional
para que os golpistas pudessem julgar, condenar e, sobretudo, cassar a
Presidente.
Tão
ou mais grave que a inexistência de fundamento para o impeachment, porém, são
as duas fraudes grotescas que a defesa da Dilma desmascarou no Senado. A
primeira delas, foi a do militante partidário disfarçado de “técnico do TCU”
que usou a função pública para forjar um parecer de oposição incriminando a
Presidente Dilma.
A
segunda fraude desmascarada foi a do outro militante partidário do golpe, o
auditor do TCU que também usou o cargo público para participar, com seu
comparsa, da redação do parecer incriminador que ele próprio teria de julgar.
As
ilegalidades e vícios deste processo são flagrantes. Dariam razão suficiente,
segundo o Código de Processo Civil e a Constituição do Brasil, para a completa
nulidade do processo e a conseqüente anulação desta farsa que avacalha a imagem
do país no mundo.
Dilma
é vítima de um julgamento de exceção injusto e de cartas marcadas. Os golpistas
não estão conspirando contra a pessoa da Presidente, mas estão atentando contra
a democracia, o Estado de Direito e a Constituição.
Na
ata da “assembléia geral de bandidos” de 29 de agosto de 2016 deverá constar
que, no golpe de Estado perpetrado para operar a restauração neoliberal
ultraconservadora e reacionária para seqüestrar os direitos do Povo e entregar
a soberania da Nação, ecoaram no plenário do Senado, que não estava sendo
presidida por Eduardo Cunha, as palavras de Tancredo Neves vocalizadas na
madrugada de 2 de abril de 1964: “Canalhas! Canalhas! Canalhas!”.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/08/na-farsa-do-senado-so-falta-o-cunha.html?spref=tw
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