Noticia
a Folha que a Polícia Federal pediu o arquivamento do inquérito que investigava
o senador Humberto Costa, do PT. Trecho da matéria:
(...)
a delegada da PF Graziela Machado da Costa Silva e Silva afirma que o pedido de
arquivamento se deu por falta de provas que comprovem "configuração de
solicitação e/ou recebimento de vantagem indevida".
"Sendo
assim, esgotadas as diligências vislumbradas por esta autoridade policial, não
foi possível apontar os indícios suficientes de autoria e materialidade a
corroborar as assertivas do colaborador Paulo Roberto Costa", justificou.
A
abertura de investigações virou uma espécie de arma política, a qual foi muito
usada na Lava Jato.
O
escopo da Lava Jato é praticamente infinito - e seria maior ainda caso o STF
não tivesse afastado a competência de Sergio Moro em alguns casos, como o da
Eletronuclear.
Pode-se
investigar, portanto, praticamente qualquer pessoa, sem precisar de provas ou
indícios mínimos.
Qualquer
um que tenha encontrado uma vez na vida Paulo Roberto Costa, por exemplo, pode
ser investigado.
Aberta
a investigação, você já sabe como a coisa funciona. Se for do interesse dos
barões da mídia o investigado ganha destaque nos portais de notícias e nos
jornais e o tom da manchete e da matéria deixa nas entrelinhas que a pessoa é
culpada por antecipação.
No
tribunal da mídia não há direito de defesa: a condenação é sumária.
Para
políticos, que vivem da sua imagem perante a sociedade, um ataque à reputação
pode ser fatal para a vida pública. O fato de ele ser absolvido posteriormente
não faz diferença alguma quando os jornais já destruíram sua reputação.
No
caso de Humberto Costa, por exemplo, a notícia da abertura da investigação é de
março de 2015.
Março
foi o mês das primeiras marchas da família com Deus pela liberdade versão 2016.
Abertura
de investigações contra petistas foi tudo o que a mídia precisou para insuflar,
com manchetes garrafais, o seu exército coxinha a ir para as ruas para dar
sustentação ao discurso de que "o povo quer o impeachment".
O
início de uma investigação é algo grave e deveria ser tratado pelo Estado e
pela imprensa com todo o cuidado, ainda mais quando envolve pessoa pública.
No
Brasil do oligopólio midiático conservador a investigação vira um factoide
político usado para criar e manter o clima de golpe.
Se
mais de um ano depois a PF conclui que não há provas contra o investigado, que
diferença faz? O governo foi derrubado e a abertura da investigação já cumpriu
seu papel como arma política.
Temos,
portanto, um poder discricionário absoluto do consórcio sistema de
justiça/mídia, os quais não tem preocupação nenhuma com a reputação do
investigado.
Abrem-se
e fecham-se investigações com objetivos políticos, segundo os critérios
pessoais dos investigadores.
A
mídia concentrada, por sua vez, também utiliza critérios puramente
pessoais/políticos para dar destaque, ou não, a investigados inimigos ou
aliados.
Para
os adversários, capas, manchetes garrafais, colunistas repercutindo por dias a
fio.
Para
os amigos, notinhas de rodapé, espaço enorme para a defesa (o que seria
louvável caso fosse concedido a todos) e repercussão zero.
A
simbiose entre o sistema de justiça e a mídia conservadora fere de morte a
democracia e o próprio conceito de justiça.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/08/midia-e-lava-jato-assassinam-reputacoes.html?spref=tw
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