O
impeachment quase consumado de Dilma Roussef só foi possível graças a um
trabalho diuturno de manipulação da opinião pública pela mídia oligopolizada.
Praticamente
desde que Lula assumiu a presidência o PT é pintado nos grandes meios de
comunicação como o partido mais corrupto de todos.
Primeiro
com a ajuda do STF, no mensalão, no qual petistas foram condenados sem provas
com base na teoria do domínio do fato, cujo próprio autor criticou a forma como
foi usada no julgamento.
Depois,
com uma associação explícita com a operação Lava Jato, que também apresenta um
viés de perseguição ao PT indisfarçável, formando uma dupla em perfeita
sintonia com a mídia.
A
manipulação da opinião pública deu resultado quando combinada com a crise
econômica.
Anos
martelando o tema da corrupção, como se esse fosse o único e grande problema
nacional, e colando-o ao PT, fizeram com que o descontentamento da população
com a piora nas condições de vida resultasse em revolta contra o partido.
Seria
o golpe perfeito não fossem uns pequenos detalhes chamados fatos.
Os
fatos não deixam dúvida de que na verdade os grandes corruptos brasileiros
estão no grupo que derrubou a presidenta (perdão, Carmem Lúcia) eleita.
Eduardo
Cunha, por exemplo.
Mesmo
havendo provas avassaladoras contra ele, mesmo tendo sido afastado da
presidência da Câmara por atrapalhar as investigações, o governo interino e os
partidos da base trabalham pelos seus interesses na Câmara.
O
último escárnio foi obra de Rodrigo Maia, atual presidente da Casa: a sessão
que votará a cassação do mandato de Cunha foi marcada para o dia 12, uma
segunda-feira, dia de tradicional baixo quórum e a 20 dias do primeiro turno
das eleições municipais, o que certamente esvaziará ainda mais o plenário. Como
Maia vem dizendo que só colocará em pauta a cassação com o mínimo de 400
deputados presentes, a tendência é mais um adiamento da cassação do gângster
Eduardo Cunha.
Rodrigo
Maia é do DEM, aliado de primeiríssima hora do PMDB e do PSDB, todos abraçados
na operação salva bandido.
A
primeira coisa que Rodrigo Maia fez ao assumir a presidência da Câmara foi
receber Aécio Neves.
Aécio,
que bradava contra o "mar de lama" da corrupção petista nas eleições
há dois anos, anda quieto. Citado por diversos delatores e imortalizado na
frase antológica de Sérgio Machado - 'Quem não conhece o esquema do Aécio?' -,
ao senador só resta o silêncio.
É
um caso raro de candidato com um percentual significativo nas pesquisas de
intenção de voto mas que todos sabem não ter a menor chance na eleição de 2018:
não há blindagem midiática que segure a avalanche de denúncias contra o
mineiro.
O
presidente decorativo (quem manda no governo não é ele, mas os grupos que
bancaram sua ascensão) também evidencia toda a dissimulação dos golpistas ao se
portarem como paladinos da moral.
Segundo
a Veja, a delação da Odebrecht incluirá Temer como recebedor de R$ 10 milhões
em dinheiro vivo - o que é suspeitíssimo - da empreiteira. O interino já havia
sido citado na delação premiada de Sérgio Machado, que afirmou ter sido
procurado em nome de Temer para obter propina na forma de doação oficial para
Gabriel Chalita.
Essas
acusações tem que ser provadas, mas podemos compará-las com o que foi
encontrado contra Lula e Dilma: apartamento no Guarujá, reforma em sítio e
pedalinhos contra Lula e "contra" Dilma a informação fornecida por
Delcídio do Amaral em delação premiada de que a briga com Eduardo Cunha começou
quando a presidenta eleita afastou os apaniguados de Cunha de Furnas para encerrar
os seus esquemas na hidrelétrica.
Os
golpistas já estão condenados pela história.
Todos
os seus podres estão registrados e não serão esquecidos.
A
hipocrisia, o cinismo e o desprezo pela democracia dos artífices do golpe
ficarão marcados eternamente na memória nacional e não há cartel midiático que
possa mudar isso.
http://www.ocafezinho.com/2016/08/12/a-hipocrisia-dos-golpistas-ao-bradar-contra-a-corrupcao-nao-sera-esquecida/
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