O
cheiro acre do gás lacrimogêneo pairou ontem sobre a rua da Consolação, em São
Paulo, onde a Polícia Militar dispersou com bombas e cassetetes um protesto
estudantil. Um outro confronto entre policiais e secundaristas, na Praça Roosevelt, já
havia produzido 13 prisões, inclusive a apreensão de alguns menores, segundo
publicou no Facebook o movimento Território Livre. Os estudantes não
protestavam contra Temer mas contra o projeto “escola sem partido”, que tramita
na Câmara, apoiado por um movimento conservador, e visa esvaziar de conteúdos
críticos os currículos e práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio.
Mais informações em https://www.facebook.com/tlivre
A
ação policial contra os estudantes foi mais um ensaio da escalada repressiva
que se anuncia no horizonte da vida depois do golpe. Precisamos nos adaptar ao
lema de Temer, Ordem e Progresso. É disso que falam ensaios como este, bem com
a proibição de protestos nos Jogos Olímpicos do Rio. Precisamos entender que
daqui para a frente tudo será diferente,
não haverá complacência com protestos, movimentos sociais, com aquela
farra democrática a que estávamos acostumados.
Temer
tenta enquadrar o Brasil mas é enquadrado pelas elites. Por isso disse aos
empresários que não será candidato à reeleição em 2018. Com os sinais de reprovação à gastança e ás
medidas populistas, os que de fato
mandam no país avisaram ao interino que está para ser efetivado: “não foi para
isso que te colocamos aí”.
Mas
para implementar a agenda neoliberal que é a razão do impeachment de Dilma,
Temer vai ter que reprimir. E para isso, é bom ir ensaiando. Um ensaio no Rio,
outro em São Paulo, afora as operações atabalhoadas contra supostos
terroristas. Tudo isso lembra um passado
que parecia sepultado. Não é paranoia. Não vê quem não quer.
http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/249285/De-volta-para-o-passado-PM-X-estudantes.htm
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