O
senador Magno Malta (PR-ES) virou uma espécie de ídolo da extrema-direita com
seus discursos raivosos e ataque a políticos à esquerda. Como se tivesse uma
ficha limpíssima, usa a tribuna do plenário do Senado para falar em "moral
e os bons costumes", acusar adversários políticos e até debochar. Enquanto
Malta acusa sem apresentar provas, o jornal Folha de S.Paulo diz ter tido
acesso a e-mails que comprovam caixa 2, ou propina, para o senador na eleição
de 2014.
Segundo
reportagem do domingo (14), e-mails comprovam a denuncia de R$ 100 mil de caixa
dois do presidente da cozinha Itatiaia, Victor Penna Costa, a Magno Malta. De
acordo com o jornal, as trocas de mensagens entre o dirigente de uma das
maiores fabricantes de móveis de cozinha do país e o senador são de 8 de
setembro de 2014.
Outras
mensagens entre funcionários e direção da Itatiaia indicam que Malta viajou no
avião particular da empresa em 2012 e 2013. Das conversar participam o
presidente da empresa, Penna Costa, seu filho Daniel – que era gerente financeiro
à época– e um assessor da firma, Hugo Gabrich.
Em
um deles, o presidente da empresa diz que precisa pagar R$ 400 mil para
"consultoria" de Gabrich. O assessor responde: "Estou entregando
a NF (nota fiscal) que cobre o montante de R$ 500 mil conforme orientação do
dr. Victor. Impostos serão incluídos na NF, totalizando R$ 575 mil."
Na
nota emitida pela Vix Consulting, de Gabrich, a contratante é a Itatiaia. O
acerto mostra que a contratante pagou os R$ 75 mil de impostos para a Vix – o
que sugere que a nota foi encomendada.
Na
sequência dos e-mails, Costa manda o filho depositar para a Vix Consulting
somente R$ 475 mil. "Os outros 100.000 são para compensar a retirada em
dinheiro de R$ 100.000 do Malta. Não sei como foi contabilizado (a saída desse
valor da empresa)", escreve o presidente da Itatiaia.
Daniel,
então, pergunta: "Quem realizou o pagamento do Malta? Existe NF, foi
declarado a doação?"
Victor
encerra: "Não existe NF, não declaramos. Veja com Lailton (tesoureiro da
empresa). Favor apagar todos os e-mails sobre este assunto".
Procurado
pelo jornal, Gabrich afirmou que a empresa fez nota fria para justificar
pagamentos de caixa 2 da Itatiaia. O destino do restante do valor da nota (R$
400 mil) não aparece na troca de e-mails.
De
acordo com a Folha, a pedido da reportagem as origens das mensagens foram
analisadas pelo perito em ciências forenses Reginaldo Tirotti. O especialista
atestou a autenticidade delas, identificando a sequência de códigos gerados
pelos remetentes das mensagens.A Itatiaia foi fundada em 1964 e tem duas
fábricas, em Ubá (MG) e em Sooretama (ES).
Já
em outro e-mail, de 8 de julho de 2014, um ano após a Itatiaia inaugurar a
unidade capixaba, que recebeu incentivos fiscais, Gabrich descreve a Victor
Costa o cenário político no Espírito Santo. Menciona candidatos
"viáveis" ao governo, fala de Magno Malta, que fechou aliança com
Renato Casagrande (PSB), governador do Estado na época. Disse que a mulher do
senador, Lauriete, não disputaria a reeleição para deputada federal e citou o
deputado Marcelo Santos (PMDB).
"Não
tenho dinheiro para todos", responde o presidente da Itatiaia. "Não
posso dar mais para deputado estadual que para senador."
Gabrich
diz: "O Magno não é candidato agora a nada."
Malta no
jatinho
Outros
e-mails mostram que o senador usou avião particular da Itatiaia ao menos duas
vezes: em 20 de julho de 2012, de Vitória a Aracaju, e em 27 de fevereiro de
2013, no trajeto Brasília-Rio.
Em
22 de fevereiro daquele ano, uma secretária da Itatiaia agenda um voo para
Costa, Gabrich e o senador. Em 28 de fevereiro, Malta vai com Gabrich ao BNDES
– a reunião não constou da agenda oficial, informou o banco.
Sobre
a viagem a Aracaju, há um e-mail enviado ao presidente da Itatiaia pelo então
diretor Beto Rigoni, que relata problemas no trajeto: "Eram 7 pessoas
quando só cabem 4 no avião. O Yunes (piloto) tinha duas opções: dar duas
viagens ou colocava todos dentro na aeronave. Como o senador pressionou ele
bastante, ele (...) seguiu para Aracaju em 8 pessoas dentro do avião (além da
insegurança, fizeram uma 'festa no ar')".
"Nós
precisamos começar a cortá-lo. Os acionistas também não querem tanta
proximidade", responde Costa.
Fraude em
leilão
Mensagens
de dirigentes da Itatiaia dão indícios de que o presidente da empresa, Victor
Penna Costa, fraudou a arrematação de um terreno em Belo Horizonte lesando
centenas de trabalhadores que cobravam dívidas trabalhistas de uma outra
empresa.
Costa,
por meio de seu assessor, Hugo Gabrich, arrematou a área de 12.369 metros
quadrados, em 2010, pelo valor mínimo estipulado pela Justiça, R$ 1,56 milhão.
O
terreno pertencia à SIT Engenharia, uma das empresas que construiu Brasília, e
foi a leilão por causa de ação trabalhista. Seu valor de mercado era R$ 25
milhões.
Em
e-mail de 2013, quase três anos após o leilão, o dono da SIT, Luiz Lima Lobato,
escreve ao presidente da Itatiaia cobrando quantia que ambos teriam acertado
por fora. Com isso, Lobato embolsaria os valores, em vez de pagar
trabalhadores.
Lobato
anexa ao e-mail cópia de um acordo de gaveta que previa que Costa pagaria por
fora quase R$ 3,9 milhões. Também se queixava que Costa arrematou o imóvel por
preço abaixo do que tinham combinado – deveria ter sido R$ 2,6 milhões, diz.
Ex-trabalhadores da SIT estão sem receber até hoje.
A
Folha teve acesso a supostos pagamentos desse acordo: um e-mail, de 2012, em
que Costa autoriza transferência de R$ 300 mil a uma conta de Lobato; e a cópia
de um cheque da Itatiaia, de R$ 300 mil, em nome de Lobato.
Costa
ganhou o leilão com o lance mínimo porque não houve interessados. A área estava
hipotecada, o que pode tê-los afastado. Após o leilão, cancelou-se a hipoteca.
O lance é questionada na Justiça do Trabalho. A causa que o levou a leilão é
fruto de um processo trabalhista contra a SIT, mas outro credor diz que tinha
preferência na arrematação.
O
caso está no Tribunal Superior do Trabalho, que marcou julgamento para quarta
(17). Gabrich, hoje ex-assessor de Costa, peticionou ao ministro do TST Caputo
Bastos avisando sobre a fraude.
Em
março deste ano, Costa escreveu a seu ex-assessor: "Ganhei no TST rsrsrs
já acostumei com a situação". O despacho ao qual se referia só foi
publicado três dias depois.
Questionado
sobre o e-mail ao presidente da Itatiaia, o empresário Luiz Lobato reconheceu o
texto. Disse, que não se lembra de ter recebido por fora porque o caso já tem
seis anos.
Passeio com
dinheiro público
O
senador Magno Malta (PR-ES) passou quatro dias passeando em Dubai, nos Emirados
Árabes, bancado pelo Congresso Nacional. Malta apresentou em 2009 um
requerimento para viajar a Hyderabad, na Índia, onde participaria de um fórum
sobre o combate à pornografia infantil .O senador, que era membro da CPI da Pedofilia,
e seu assessor receberam diárias para seis dias. Ficaram dois na Índia e foram
a Dubai, onde não tinham agenda oficial, passear nos dias restantes com o
dinheiro do povo brasileiro. No total, R$ 200 mil em diárias e passagens foram
depositados. Na época, Malta disse que não via problema em ter passado quatro
dias numa cidade turística mesmo não tendo qualquer compromisso oficial pela
CPI.
Máfia das
sanguessugas
A
Polícia Federal (PF) indiciou Magno Malta, em 2007, por participação na máfia
dos sanguessugas. Segundo a PF, o parlamentar foi indiciado por formação de
quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
As
investigações da Polícia Federal e do Congresso mostraram que o esquema dos
sanguessugas fazia compras superfaturadas de ambulâncias para prefeituras com
dinheiro do Orçamento. Segundo os empresários DarciVedoin e Luiz Antonio
Vedoin, Magno Malta combinou a apresentação de emendas favoráveis à Planam (dos
irmãos Vedoin) no valor de R$ 1 milhão e recebeu como adiantamento um Fiat
Ducato, que usou entre 2003 e 2005. Darci Vedoin foi apontado pela PF como
chefe da máfia dos sanguessugas.
O
senador Magno Malta, que gosta muito de debochar de políticos que não
compactuam com suas idéias, deveria agora, antes de apontar o dedo e acusar,
olhar para sua ficha nada limpa.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/08/a-propina-do-etico-magno-malta.html?spref=tw
Um comentário:
Sem contar que desde 2003 o casal que administra o seu centro de recuperação para pessoas drogadas que o pastor Valmir Lima e sua esposa Noeli Vaillat, sao pagos por nos, porque seus nomes estão na folha do pagamento no senado pode isso gente. e tem mais um ou dois talvez esses sejam concursados. Quem e ele para falar em moral, ética e carater.
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