Diferente
das fofocas, João Santana não delata Dilma nem ninguém em “delação premiada”
“Se
o senhor espirrar, saúde!”. É assim que se comporta a velha mídia golpista, que
vê o golpista Michel Temer (PMDB) como um galã da novela das nove. Essa paixão
cega e acrítica levou jornalões e agregados a optar pela fofoca contra
adversários políticos. Abaixo, eu reproduzo a coluna do jornalista Alex Solnik,
no 247, que assegura que o marqueteiro João Santana não delatou Dilma Rousseff
nem ninguém:
Em “delação
premiada”, João Santana não delata Dilma nem ninguém
Recebi,
agora há pouco, a íntegra do que João Santana disse a Sérgio Moro, em Curitiba,
depoimento que foi denominado “delação premiada” pela grande imprensa, no qual
ele não delata ninguém.
E
merece um prêmio por manter a lucidez e o talento que sempre teve, ao dizer que
“o marketing eleitoral não cria corrupção, não corrompe e não cobra propina”.
“98% das campanhas políticas no Brasil utilizam caixa 2”, diz ele.
“Se
todos que já foram remunerados com caixa 2 no Brasil fossem tratados com o
mesmo rigor que eu, era para estar aqui, atrás de mim, uma fila de pessoas que
chegaria a Brasília”. “Somos os únicos presos, neste país, por caixa 2”,
afirma.
Em
nenhum momento ele delata Dilma, Lula, PT ou alguma pessoa.
Eis a íntegra do seu
depoimento:
“Nos
últimos meses, eu vi destruídos, um trabalho e uma imagem pessoal que construí,
com muito esforço, ao longo de mais de 20 anos. Eu entendo porque isso
aconteceu. Primeiro porque escolhi uma profissão fascinante, mas cheia de
riscos e incompreensões. Segundo porque me transformei em um profissional de
destaque nacional e internacional. Terceiro porque meu trabalho esteve ligado,
nos últimos anos, a um grupo político que está hoje sob severo questionamento.
O que eu não entendo e não me conformo é com o fato de eu e minha mulher
estarmos sendo acusados, injustamente, de corrupção, formação de organização
criminosa e de lavagem de dinheiro. De estarmos sendo tratados como criminosos
perigosos. E de estarmos servindo, involuntariamente, aos interesses dos que
sempre tentaram ligar o marketing político a atividades obscuras e antiéticas.
O
marketing eleitoral não cria corrupção, não corrompe, e não cobra propina. Não
somos a causa de práticas eleitorais irregulares. Elas são consequência de um
sistema eleitoral adulterado e distorcido em sua origem. Isto é assim aqui e na
maioria esmagadora dos países. E atinge todos os partidos, sem exceção. Com
generosidade, e com conhecimento de causa, eu digo que 98% das campanhas no
Brasil utilizam caixa 2. Que isso envolve das pequenas às grandes campanhas.
Que centenas de milhares de pessoas – quase certo que milhões – de todas as
classes sociais e de dezenas de profissões são remuneradas com dinheiro de
caixa 2. Mais que isso: o caixa 2 é um dos principais – senão o principal –
centros de gravidade da política brasileira.
Se
todos que já foram remunerados com caixa 2 no Brasil fossem tratados com o
mesmo rigor que eu, era para estar aqui, atrás de mim, uma fila de pessoas que
chegaria a Brasília. Uma muralha humana capaz de concorrer com a muralha da
China. Capaz de ser fotografada por qualquer satélite que orbita em torno da
terra.
Mas
estaria eu aqui a defender o caixa 2? Jamais!
Erramos
e estamos dispostos a pagar pelo nosso erro. Mas não somos corruptos nem
lavadores de dinheiro.
Pelo
que já foi apurado, há fortes indícios de que os crimes da Lava-Jato não estão
circunscritos ao caixa 2 eleitoral. Mas no nosso caso nada foi apurado – e
nunca será – que não esteja circunscrito ao caixa 2. Mas estamos presos,
tivemos nossa reputação arruinada, nossos bens bloqueados, nosso patrimônio
líquido sequestrado, nossas empresas, no Brasil e no exterior, ameaçadas de
fechar. Tudo, sem que ninguém até hoje duvide, que aquilo que conseguimos na
vida é fruto exclusivo do nosso trabalho.
Somos
os únicos presos, neste país, por caixa 2.
Não
queremos ser símbolos. Nem bodes expiatórios. Não quero clemência, nem piedade.
Não espero perdão. Espero apenas proporcionalidade. Espero que Vossa Excia.
possa resolver esta grave distorção, e possa darmos, a mim e a minha mulher, a
exata medida da nossa responsabilidade. É isto – apenas isto – que esperamos da
Justiça.”
Espero
e torço para que, depois desse depoimento verdadeiro, mas jamais traidor, nem
dedo-duro todos os publicitários, jornalistas e marqueteiros do país decidam
sair do muro, onde se encontram, e redijam, com o mesmo brilhantismo dele, um
abaixo-assinado endereçado a Sergio Moro, ao STF e aos corações de todos os
brasileiros para que João Santana e sua mulher, Mônica Moura voltem ao convívio
de suas famílias e de seus amigos e possam voltar a trabalhar da forma
competente e altaneira, como sempre fizeram.
Eles
merecem nosso respeito, nossa admiração e nosso “sejam bem-vindos de volta”.
http://www.ocafezinho.com/2016/07/23/nao-se-deixe-enganar-pelas-fofocas-da-midia-joao-santana-nao-delatou-dilma-nem-ninguem/
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