O golpe tem inspirado
projeções bastante sinistras para o futuro próximo, em especial de aumento da
taxa de coação estatal, diminuição das liberdades, aprofundamento do processo
de criminalização das atividades políticas.
No entanto, essas coisas
apenas serão uteis politicamente ao golpe se a mídia corporativa assumir uma
hegemonia ainda maior da que já possui hoje, e puder controlar a narrativa de
todos os fatos.
Neste primeiro de maio,
novamente comunidades de brasileiros em todo o mundo protestaram contra o
golpe. O clima de virada da opinião pública continua em processo, de maneira
que o golpe terá que inventar uma quantidade maior de factoides, daqui para a
frente, para manter a temperatura golpista elevada.
Exatamente para isso serve a
Lava Jato, e a força-tarefa já entendeu qual o papel que agora lhe cabe.
No Senado, a comissão de
impeachment ouviu hoje juristas em favor do golpe, e o que se viu novamente
provocou grande constrangimento para quem assistiu. Os entrevistados
praticamente admitiram que não há crime de responsabilidade no pedido de
impeachment e, por isso, eles procuraram dar uma sustentação puramente política
ao impeachment.
Tão grande é a vergonha que
os golpistas disseminaram na redes sociais que a presidenta Dilma iria
renunciar e provocar novas eleições.
A informação não procede. A
presidenta já demonstrou estar decidida: vai apostar na luta, em todos os
campos, mesmo sabendo que, em várias frentes, as chances de vitória são
praticamente nulas.
Para isso, para lutar, Dilma
não pode renunciar, e sim se manter à frente de um processo crescente de
sublevação popular contra o golpe e pela legalidade.
A noite escura que irá se
abater sobre o país talvez dure longos anos, talvez seja rápida, mas ensejará a
criação de novas estratégias para defender a liberdade e a democracia.
Os que resistirem e
sobreviverem à temporada de perseguições políticas, asfixia econômica,
assassinatos de reputação, que se seguirá à consumação do golpe, estarão,
contudo, preparados para liderar o país de volta aos tempos do respeito à
democracia e às garantias constitucionais, especial a maior garantia de todas:
o respeito à soberania do voto popular.
No blog O Cafezinho:
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/05/sobre-noite-escura-no-brasil.html?spref=tw
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