Há 13 anos, apenas 20.711
docentes efetivos da carreira do magistério superior tinham doutorado. Hoje,
esse número está em 59.658
Do Portal Brasil
A educação superior no
Brasil tem evoluído ano após ano. Para esse salto, contribui um fator que às
vezes passa despercebido, mas tem feito diferença. De 2003 a 2016, o número de
professores doutores no quadro das universidades federais aumentou 189%. Há 13
anos, apenas 20.711 docentes efetivos da carreira do magistério superior tinham
doutorado. Hoje, esse número está em 59.658.
Outra mudança significativa
está na quantidade desses professores que se dedicam integralmente às
atividades docentes. Entre os contratados pelas instituições federais de
educação superior este ano, 88,5% estão em regime de dedicação exclusiva. Os
dados, da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação,
mostram os números informados pelas instituições de ensino até fevereiro
último.
De acordo com o titular da
Sesu, Jesualdo Farias, esse aumento na qualificação dos professores da rede
pública federal e no nível de envolvimento desses profissionais com as
instituições é resultado de uma série de políticas adotadas durante esses 13
anos. A primeira delas foi a interiorização das universidades, que deixaram de
ser exclusividade das capitais. Somaram-se mais 20 unidades ao cenário da
educação superior brasileira.
“Eu desconheço um país
desenvolvido, semidesenvolvido ou em desenvolvimento que tenha, num período tão
curto, criado 20 universidades. Nós saímos de 43 para 63 com essa lógica da
interiorização”, enfatiza Jesualdo.
Outra política determinante
foi a criação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni), em 2007. Com a adesão voluntária das
instituições, o projeto surgiu para expandir o número de vagas de graduação por
meio de um acordo entre as instituições e o MEC, que garantiu a liberação de
vagas para concurso de professores e de servidores técnico-administrativos,
além de recursos para investimento e custeio.
Integração
Com as políticas adotadas
pelo MEC, surgiram instituições como a Universidade da Integração Internacional
da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Instituída em 2010, na região do Maciço
de Baturité, Ceará, a Unilab iniciou as atividades com 15 professores doutores
e lançou seleções que exigiam essa titulação dos candidatos. Hoje, tem 96,6% de
seus docentes com doutorado.
“Como somos uma universidade
em implantação — estamos no sexto ano do processo de consolidação —, era muito
interessante termos professores já no nível máximo de formação porque tínhamos,
no planejamento, a abertura de cursos de mestrado”, diz a pró-reitora de
graduação da universidade, Andréa Linard. “Atualmente, temos três em
andamento.”
Esse impacto na
pós-graduação, segundo Jesualdo Farias, não estava previsto “nem pelo mais
otimista reitor”, mas é justamente o que alimenta o ciclo virtuoso de novos
pesquisadores.
“Tínhamos a necessidade de
um perfil de professor em que pudéssemos contar com a presença dele nas esferas
de ensino, pesquisa, extensão e, no nosso caso, o quarto eixo, a internacionalização,
em tempo integral”, diz a pró-reitora. Hoje, segundo Andréa, 95% dos 210
professores da Unilab são contratados em regime de dedicação exclusiva. “Para a
universidade, é de suma importância porque é o que fomenta o desenvolvimento da
instituição.”
Dedicação
Para o secretário Jesualdo,
para se firmar como produtora de conhecimento e geradora de desenvolvimento, a
universidade precisa ter vida. “Ela tem de ter a presença de professores, de
técnicos administrativos e de estudantes durante todo o dia em todos os dias do
ano”, destaca. “E isso só é possível se ela contar professores com dedicação
exclusiva.”
Em comparação com as demais
regiões do País, e apesar do aumento no percentual de contratação de
professores doutores, a região Norte ainda tem dificuldade para atrair esses
profissionais. Ainda assim, a Universidade Federal do Pará (UFPA) tem 64% dos
docentes com o título de doutor, o maior percentual das instituições de
educação superior do estado.
A região com maior
percentual de professores com doutorado é o Sudeste. A Universidade Federal do
ABC (UFABC), por exemplo, conta com 100% de seu quadro de docentes com essa
titulação.
http://www.geledes.org.br/em-13-anos-numero-de-professores-com-doutorado-em-universidades-federais-cresce-189/#ixzz47zUjJrkp
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