O
deputado distrital Chico Vigilante (PT) criticou o posicionamento do
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), sobre o presidente da Câmara
Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o petista, Temer nunca vai
"criticar seu correligionário que é seu principal parceiro no golpe".
"Li
hoje uma declaração do vice presidente golpista Michel Temer que me deixaria
surpreso se não tivesse vindo dele. Quando perguntado sobre sua posição em
relação ao presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha, réu em diversos
processos, Temer disse que não é problema dele e afirmou, sem titubear, que
Cunha é um problema da Justiça", lembrou o petista.
De
acordo com o distrital, "Eduardo Cunha é arquiteto do golpe junto com o
vice-presidente traidor". "São carne da mesma carne, osso do mesmo
osso, alma da mesma alma. Eles não têm como se separar. São como irmãos
siameses. Um depende do outro e será sempre assim", disse. "Fiquem
cientes de que não haverá corte de ministérios como agora prometem. O único
corte que haverá será o do direito dos trabalhadores. Esse corte já está sendo
anunciado, inclusive", acrescentou.
Vigilante
afirmou que "caberá aos trabalhadores resistir, lutar e não aceitar em
hipótese nenhuma esse retrocesso". "Não poderemos dar uma hora de
trégua a esse governo golpista que entrará com a marca da corrupção, da
desonestidade e da traição, caso vença no Senado a proposta do golpe".
Acusações
Cunha
é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo recebimento de propina desvendado
pela Operação Lava Jato sob acusação de ter recebido US$ 5 milhões de propina
por um contrato de navios-sondas da Petrobras, conforme foi apontado em delação
premiada pelo consultor Júlio Camargo. O procurador da República, Rodrigo
Janot, confirmou as acusações. O negócio foi feito sem licitação e ocorreu por
intermediação do empresário Fernando Soares e do ex-diretor da área
internacional da Petrobras Nestor Cerveró, de acordo com as investigações.
Cunha
foi alvo de nova denúncia. Um dos delatores, o empresário Ricardo Pernambuco
Júnior, da Carioca Engenharia, afirmou que as empresas ligadas à construção do
Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, teriam que pagar R$ 52 milhões em propinas
[cerca de ou 1,5% do valor total dos Certificados de Potencial de Área
Construtiva (Cepac)] a Cunha (veja aqui).
O
vice-presidente Michel Temer também foi citado na Lava Jato. Em delação
premiada, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que o peemedebista
articulou a indicação de Jorge Zelada para o cargo de diretor da área
internacional da Petrobras e de João Augusto Henriques para a BR Distribuidora.
Zelada, apontado como o elo do PMDB no esquema, foi condenado a 12 anos de prisão.
Temer negou irregularidades.
Em
agosto do ano passado, o vice-presidente foi mencionado pelo lobista Júlio
Camargo, um dos principais delatores do esquema e ex-consultor da empresa Toyo
Setal. Segundo Camargo, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, era
conhecido por representar o PMDB no esqyema de corrupção.
As
investigações apontaram que Baiano teria sido responsável por intermediar o
pagamento de propina combinada com Camargo para facilitar um contrato de
aquisição de navios-sonda pela Petrobras com a empresa coreana Samsung Heavy
Industries Co.
O
procurador geral da República, Rodrigo Janot, também reuniu indícios de que
Temer teria recebido R$ 5 milhões do dono da construtora OAS, José Adelmário
Pinheiro, conhecido como Leo Pinheiro, um dos empreiteiros condenados pelo
escândalo da Petrobras. A menção ao pagamento está em uma troca de mensagens
entre Pinheiro e Eduardo Cunha - no texto o presidente da Câmara se queixa de
que o empreiteiro fez o repasse a Temer, mas não a outros líderes peemedebistas.
O
vice-presidente negou ter se beneficiado de "qualquer recurso de origem
ilícita", e disse não conhecer Baiano e Júlio Camargo.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/230035/Vigilante-n%C3%A3o-daremos-tr%C3%A9gua-a-governo-golpista.htm
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