O
sinal vermelho acendeu para o Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Patronos do “golpe dentro do golpe”, como definiu o cientista Miguel Nicolelis,
estão assustados com a reação do povo brasileiro. Imaginavam que o assalto ao
poder seria fácil, mas as coisas não funcionaram como esperavam. A presidenta
Dilma Rousseff reagiu ao golpe, a sociedade civil se levantou e o povo está
indo às ruas. E, o pior para eles, a mídia internacional identificou o golpe
como golpe. E já sinaliza que se trata de um golpe patrocinado por eles.
“Meu
receio é que existem dois golpes misturados um com o outro. O golpe de uma
classe de gangsters que está tentando escapar da cadeia, que é o primeiro nível
do golpe, representado principalmente por setores do PMDB, mas tem o segundo
bloco, que tem basicamente uma agenda de destruição da soberania nacional. Com
a entrega não só de recursos naturais e de “assets” do estado, mas o total
desmantelamento da indústria, da ciência, da educação, de tal maneira que o
Brasil se perpetue como um estado vassalo”, definiu o cientista Miguel
Nicolelis em entrevista ao site Brasil 247.
O
“recibo” americano do fracasso do golpe “brando”, “constitucional”, judicial
torna-se concreto com a indicação de um novo embaixador para o Brasil. Nesta
quinta-feira, Obama enviou ao Senado a indicação de Peter McKinley como
embaixador no Brasil. Veterano diplomata, ele foi chefe de missão no Peru e na
Colômbia e atualmente dirige a delegação americana no Afeganistão. A sua
experiência indica sem qualquer margem de dúvida o que os Estados Unidos
esperam do Brasil nesses próximos meses. Sacaram que haverá resistência, e
grande, e pretendem dar o tratamento padrão americano.
Em
matéria da agência Sputnik News, o professor da Universidade Russa de
Humanidades, Mikhail Belyat afirmou que a nomeação do novo embaixador
norte-americano está relacionada, primeiramente, com a mudança do quadro
político no Brasil. Para ele, “a principal missão do novo embaixador dos EUA no
Brasil será ajudar o governo de Michel Temer a resolver a crise política no
país”. Segundo a agência, “a Casa Branca disse unicamente que confia “na
durabilidade das instituições democráticas” do país “para superar a agitação”
ocasionada pelo processo contra Dilma.
A
indicação do novo embaixador é apenas mais uma “pista” sobre o que estamos
vivendo no país, e que a maioria dos políticos insiste em ignorar. É a
sequência de uma série de fatos que iniciaram com as escutas telefônicas da NSA,
seguiram com a indicação da embaixadora Liliana Ayalde, em 2013, vinda do
Paraguai, logo após o golpe naquele país. A isso, somaram-se a aproximação com
Cuba, depois a recente visita de Obama a Argentina, seguida da autorização do
presidente Macri para instalação de bases americanas no território argentino. É
o Império operando a sua geopolítica na América do Sul
A
visita de Aloysio Nunes a Washington logo após o afastamento da presidente do
Brasil pela Câmara dos Deputados é o batom na cueca da conspiração golpista.
“Ele tinha reuniões agendadas com diversas autoridades, incluindo Thomas
Shannon, do Departamento de Estado”, escreveu Mark Weisbrot, no HuffingtonPost.
Segundo Weisbrot, “Shannon tem um perfil relativamente discreto na mídia, mas
ele é o número três no Departamento de Estado”. “Até mais significativo neste
caso, trata-se da pessoa mais influente na política do Departamento de Estado
dos EUA para a América Latina”, completa ele.
Aos
dirigentes das forças políticas nacionais, diante de tamanhas evidências, resta
abrir os olhos antes que sejam catalogados como irresponsáveis diante da
história. O ESTADO NACIONAL está sendo agressivamente atacado, mesmo que não se
ouça o barulho dos bombardeios comuns em outros países. Não se trata apenas de
um ataque interno à democracia, mas da destruição das estruturas do Estado,
construídas na Era Vargas, durante os governos militares e nos Governos
Lula-Dilma. Um ataque ao Brasil do BRICS, ao Brasil independente econômica e
comercialmente, ao Brasil protagonista mundial, ao Brasil soberano em petróleo,
água e outras riquezas naturais.
É
hora, portanto, de ampliar a denúncia sobre o caráter do golpe de estado, indo
além da mera luta intestina, que se acirra com os verdadeiros golpistas
tentando expelir os hospedeiros do golpe – o PMDB. É preciso unir em uma ampla
FRENTE POPULAR, NACIONAL E PATRIÓTICA, além das esquerdas e do movimento
popular, as Forças Armadas comprometidas com a defesa do Pré-Sal, da Amazônia
Azul e com o submarino nuclear, os empresários nacionais, simbolizados em
Marcelo Odebrecht e sua resistência. O Brasil não é o Iraque, a América Latina
não é o Oriente Médio. O Brasil é maior do que o golpe. Mas precisa saber
contra quem está lutando.
No
Senhor X
http://jobhim.blogspot.com.br/2016/05/advinhem-quem-outra-vez-esta-vindo-nos.html
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