O dia 12 de maio ficará
marcado para a História como o Dia da Infâmia. Foi na madrugada, como por
ironia, que se deu o desfecho de um golpe que colocou a nu a fragilidade das
instituições brasileiras.
Não só as instituições, mas
diversos personagens da cena política se revelaram em um momento agônico da
vida nacional. Entre traidores, conspiradores, figuras conduzidas por um
ressentimento quase infantil, o que ficará registrado é a vilania e a baixeza
de pessoas que nunca estiveram à altura de exercer o papel que lhes foi dado.
A partir da agora, o mote do
novo governo será a “união nacional”. O que, na prática, é uma tentativa de se
obter da sociedade uma carta branca para promover as mudanças que Temer e sua
entourage venderam para quem os apoiou. E a fatura será cobrada.
Mas é impossível se fazer
pactos a fórceps. Qualquer tipo de pactuação se faz com atores revestidos de
legitimidade. Não é o caso. Com a ilegalidade não se tergiversa, não se
negocia, não se dialoga. Ela tem que ser combatida, em nome da jovem democracia
brasileira que foi golpeada.
Lutar pelo restabelecimento
do Estado Democrático de Direito é mais que uma necessidade. É uma urgência.
Resistir diante das tentativas de retrocesso que virão e preservar as
conquistas obtidas nos últimos anos é um dever de todos aqueles que sabem que o
jogo não acabou.
Fica a lembrança de Eduardo
Galeano e uma reflexão que cabe no momento atual: “Ou a democracia aprende a
dizer a verdade e começa a condenar a mentira de uma vez ou está condenada ela
mesma a mentir perpetuamente”.
Não podemos conviver com
meia democracia, com meias verdades, com meias legalidades. A luta contra o
golpe seguirá.
http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2016/05/12/editorial-a-conciliacao-impossivel/
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