Dois
órgãos ligados a Organização das Nações Unidas divulgaram notas sobre a
situação política do Brasil.
Rafael
Bruza
O
Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Direitos Humanos (ACNUDH) e a Comissão Econômica para América Latina e
o Caribe (Cepal) emitiram comunicados públicos nas últimas semanas para se
posicionar sobre o atual momento da política brasileira.
A
secretária executiva da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e o
Caribe), Alicia Bárcena, manifestou preocupação pelo que chamou de ameaças a
estabilidade democrática do Brasil.
Disse
que assiste com “preocupação” todos os eventos das últimas semanas e reconheceu
os esforços de tribunais brasileiros na luta contra a corrupção. Também afirmou
ter visto “valentia e honradez”de Dilma para criação de uma legislação mais
exigente e apontou uma “ofensiva da mídia que já emitiu condenação” como parte
das mobilizações que pretendem “interromper o mandato (presidencial) conferido
pelos cidadãos nas urnas”.
“É
por isso que nos agride que hoje, sem julgamento ou evidência, utilizando
vazamentos e uma ofensiva da mídia que já emitiu condenação, tentar demolir sua
imagem e seu legado, enquanto os esforços são multiplicados por minar a
autoridade presidencial e interromper o mandato conferido pelos cidadãos nas
urnas. Os eventos que estão sendo experimentados pelo Brasil nos dias de hoje
ressoam com força além de suas fronteiras e ilustram para o conjunto da América
Latina os riscos e dificuldades a que nossa democracia ainda está exposta”,
afirma no comunicado.
Sem
citar diretamente o processo de Impeachment de Dilma Rousseff, o Escritório
Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) se manifestou contra os eventos do país que
podem causar danos “duradouros” e “interromper o mandato conferido” a
presidente nas eleições. O porta-voz do órgão, chamado Rupert Colville”, que
assina a nota, mencionou o debate “cada vez mais acalorado e politizado” que
dominou a discussão política do país nas últimas semanas.
Colville
pediu que as autoridades judiciais evitem tomar posições políticas e
partidárias explícitas e que não ocorra obstrução a Justiça. “Apelamos ao
governo, bem como aos políticos de outros partidos, que cooperem plenamente com
as autoridades judiciais em suas investigações sobre alegações de corrupção de
algo nível e que evitem quaisquer ações que poderiam ser interpretadas como um
meio de obstruir a Justiça”, afirmou na nota.
http://independente.jor.br/2016/04/23/organismos-da-onu-se-manifestam-contra-ameacas-a-democracia-brasileira-6/
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