O papel do STF no golpe em
curso é o de Pôncio Pilatos: lavou as mãos e permitiu que mesmo sob provas
esmagadoras de ladroeira e achaque Eduardo Cunha comandasse o processo de
impeachment com total desembaraço.
Se, como Marco Aurélio Mello
disse, o STF é a “última trincheira da cidadania”, sua omissão no impeachment
foi simplesmente criminosa.
Foi um crime de
lesademocracia.
De Moro e da Lava Jato não
se poderia esperar nada mesmo, e não apenas por questões de foro privilegiado:
Cunha não faz parte do alvo deles. O mesmo se aplica à mídia, parceira e
beneficiária das delinquências de Cunha.
Mas do STF, ou pelo menos de
parte dele, se esperava alguma coisa.
Nesta crise, os juízes da
Suprema Corte gostam de dizer que estão “preservando as instituições”.
Ora, ora, ora.
Com sua apatia monstruosa, o
que eles fizeram foi preservar não as instituições – Cunha e seus métodos de
gângster.
Adicionalmente, ajudaram
Cunha em seu intento de obliterar 54 milhões de votos.
De novo: que instituições
estavam sendo protegidas?
Caso o golpe triunfe: o que
Cunha não será capaz de fazer com poderes redobrados? Se, sob cerco, ele armou
o circo do impeachment, pode-se imaginar o que virá por aí.
Já escrevi uma vez e repito:
Cunha é um exemplo lancinante do fracasso coletivo de um país inteiro em deter
um psicopata com poder.
Neste fracasso coletivo, a
toga inútil dos juízes do STF tem um papel crucial.
Neste episódio, e não só
nele, lamentavelmente, eles não valeram o dinheiro copioso que o contribuinte
paga para sustentá-los.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-stf-agiu-como-poncius-pilatos-no-golpe-em-curso-por-paulo-nogueira/
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