Construir
as belezas que encontramos na maior parte do ano colorindo as cidades, é
resultado de muito trabalho dos povos indígenas, Kaingang, Xokleng, Guarani, e
tantos outros que encontram-se divididos por este mundo a fora. Na Terra
Indígena Marrecas, no Paraná, o povo Kaingang resiste em preservar a sua
cultura com a produção de artesanatos.
Todos
os dias, crianças e adolescentes, seguindo as orientações dos experientes,
dedicam tempo a pensar na cultura, no trabalho e especialmente, na natureza, de
onde são extraídos os materiais para elaboração dos artesanatos.
Ivan
Bribis Rodrigues, é indígena Kaingang. Ele, sua companheira Cristina Bandeira,
cunhada Cristyelli Bandeira, e Marilene Bandeira Luiz, que também faz parte da
família, auxiliam as crianças e os jovens na confecção dos artesanatos.
“Precisamos fazer com que as crianças saibam e compreendam a sua origem,
cultura e consigam mantê-la”, destacou Ivan.
Preocupados
com a natureza e a preservação ambiental, Ivan salienta que um dos objetivos de
incentivar os jovens a construírem artesanatos é que eles também possam
auxiliar no plantio de araucárias e outras árvores nativas. “É necessário que
nossas crianças e jovens tenham consciência ecológica, ajudem a cuidar do nosso
espaço, de nossas matas, e de todas as coisas que seus antepassados
preservaram”, disse ele.
A
cultura do cuidado
Toda
a conjuntura história indígena, está relacionada com seu entendimento sobre a
terra. É indispensável para compreensão dos estudos sobre os povos autóctones,
o conhecimento sobre o chão indígena. Se para o europeu e seus descendentes a
terra é uma propriedade privada e possui um dono, para os nativos essa relação
não existe. Defendiam que a terra não tem valor comercial e é coletiva, ou
seja, pertencente a todos. A única propriedade individual do indígena era a
ferramenta do seu trabalho, como exemplo, o arco e a flecha. Nem mesmo o
produto do seu trabalho, no caso a caça, pertencia a si mesmo, devendo ser
repartida com a família.
Bem
como a domesticação de plantas e animais, o artesanato é uma forma de
subsistência. São comercializados nas cidades em diferentes datas do ano, que é
quando as famílias viajam para conseguir dinheiro e comprar agrados para suas
crianças, além de alguns itens importantes para sua sobrevivência. “A gente faz
estes artesanatos e vende na cidade. Agora com a internet ficou mais fácil
também divulgar o nosso trabalho”, acrescentou Ivan.
Para
conhecer parte dos trabalhos realizados pelo povo Kaingang do Paraná, fotos
estão disponíveis no link: https://www.facebook.com/migfer.kaingang?fref=ts.
Na
prática, vídeo mostra crianças e adolescentes aprendendo a fazer os artesanatos
na Terra Indígena Marreca, no Paraná.
https://www.facebook.com/migfer.kaingang/videos/vb.100011529183920/114858948908411/?type=3&theater
Contribuição
de Pedro Pinheiro (PJMP-PJR-SC).
Foto:
Arquivo Kaingang- Ivan Bribis Rodrigues.
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