quinta-feira, 31 de março de 2016

A REPÚBLICA DOS DECORADORES DE APOSTILAS

O juiz Moro, de maneira irresponsável, quase detona uma guerra civil no país e depois vem com esta de inocentemente pedir desculpas.

Ora, senhor Moro, pare de querer ser astro da rede globo e comece a tomar consciência das implicações políticas, econômicas e sociais que suas decisões podem ter. Querer quebrar a economia de uma nação, dividir o povo e acirrar os ânimos quase que de maneira irreversível apenas em nome da aplicação pura e simples de algumas leis é de uma burrice monumental, principalmente quando esta conduta é proveniente de alguém cujo objetivo precípuo é justamente o de dirimir conflitos.

Mas enfim, é isto que dá colocarmos as decisões de nossas demandas jurídicas nas mãos de meros bons decoradores de apostilas e decifradores dos pega-ratões dos concursos para as áreas jurídicas.

Já é hora de pensarmos em uma nova maneira de preenchermos as vagas para os cargos de juízes, promotores e de agentes de outros setores importantes de nossa estrutura jurídica. Eu sempre imaginei que os concursos eram a melhor maneira de ingresso nas carreiras jurídicas, mas desde 2.012 e 2.013 com a nefasta Ação Penal 470, eu passei a mudar de idéia. Até porque falta aos magistrados algo que é essencial: a LEGITIMIDADE DO VOTO.

E algumas de nossas faculdades de direito também têm culpa nisto tudo, pois pelo que eu já conversei com estudantes de direito, pude deduzir que muitas não estão se esmerando em criar juristas, mas tão somente concurseiros. E isto não pode continuar, sob pena de sermos condenados a viver em uma República de Decoradores de Apostilas.

Queremos mesmo é a ampliação dos espaços para que prolifere a inteligência em seu sentido etimológico de inter + legere, ou seja, saber ler nas entrelinhas. Ou não precisaremos mais de juízes e nossos litígios passarão a ser decididos tão somente por computadores e fórmulas matemáticas.

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria..



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