sexta-feira, 1 de abril de 2016

MOMENTO HISTÓRICO

Era um momento histórico e eu não poderia faltar. Apesar de ter me tornado um ermitão depois de deixar de trabalhar como músico há 18 anos atrás e ficar recluso em minha casa ao lado de minha eterna companheira, meus livros e meus cães, deixando de frequentar festas, solenidades e bares, eu senti que, assim como ocorreu no dia 18 de Março, esta manifestação do dia 31 tinha um sentido simbólico muito forte.

Isso porque nesta mesma data, há 52 anos atrás, já estava sendo executado o espúrio golpe militar que trouxe para o Brasil nova Era das Trevas que durou aproximadamente 21 anos. E hoje forças que querem resgatar este mesmo retrocesso, também tentam aplicar um novo golpe sobre um governo democraticamente eleito pela maioria do povo brasileiro, não mais sob os tacões dos coturnos militares, mas sim com o auxílio da grande mídia e da força da toga de um segmento do poder judiciário afeito aos brilhos falsos da glória de estar sob os holofotes da grande mídia comandada pela rede globo (em letras minúsculas mesmo, combinando com tipo nefasto de jornalismo que eles fazem).

Enfim, ciente de todo o significado histórico desta manifestação e seguindo as idéias que eu sempre prego de que cidadania significa participação nos destinos do país é que para lá eu acorri.

Sim, pois é perceptível que uma pequena elite brasileira que foi dona do poder do estado durante mais de quinhentos anos, tempo durante o qual ela usou-o como se ele fosse mais uma de suas propriedades privadas e não como propriedade pública conforme deveria ser, quer se adonar novamente do poder sem ter a legitimidade do voto. E que se eles conseguirem tal intento irão nos escamotear os novos direitos conquistados e então, não mais cidadania, não mais oportunidades de influenciar nos destinos da nação. Apenas a aceitação calada da tirania que irá se estender por um longo e obscuro período.

Mas a minha emoção maior foi ter encontrado por lá uma amostra clara do que é o VERDADEIRO POVO BRASILEIRO, da diversidade étnica, com seus negros, brancos, índios, pobres, ricos e seus movimentos sociais mais legítimos como o MST, a CUT, os estudantes, movimentos LGBT e pessoas que não pertencem a nenhuma organização como eu, mas que para lá acorreram cônscios da necessidade de lutarmos pela manutenção da democracia, evitando que a casa grande sinta-se livre para se manter no poder através de golpes jurídicos/midiáticos sempre que não conseguir obtê-lo pela força do voto.

Enfim pessoal, não vamos esmorecer diante dos obstáculos que se apresentam à nossa frente. Devemos continuar em nosso luta para concretizarmos juntos o nosso sonho coletivo sem darmos chance para que os que nos acenam com o caos possam triunfar, destruindo nossa utopia e minando nossa força interior.

E na foto, aí estou eu em meio à manifestação muito bem acompanhado ao lado das militantes Letícia Jobim e Rose Menezes.

Até a próxima companheiros e mais uma vez vamos gritar em alto e bom som: NÃO VAI TER GOLPE, VAI TER LUTA!!!


Jorge André Irion Jobim

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