Era
um momento histórico e eu não poderia faltar. Apesar de ter me tornado um
ermitão depois de deixar de trabalhar como músico há 18 anos atrás e ficar
recluso em minha casa ao lado de minha eterna companheira, meus livros e meus
cães, deixando de frequentar festas, solenidades e bares, eu senti que, assim
como ocorreu no dia 18 de Março, esta manifestação do dia 31 tinha um sentido
simbólico muito forte.
Isso
porque nesta mesma data, há 52 anos atrás, já estava sendo executado o espúrio
golpe militar que trouxe para o Brasil nova Era das Trevas que durou aproximadamente
21 anos. E hoje forças que querem resgatar este mesmo retrocesso, também tentam
aplicar um novo golpe sobre um governo democraticamente eleito pela maioria do
povo brasileiro, não mais sob os tacões dos coturnos militares, mas sim com o
auxílio da grande mídia e da força da toga de um segmento do poder judiciário
afeito aos brilhos falsos da glória de estar sob os holofotes da grande mídia
comandada pela rede globo (em letras minúsculas mesmo, combinando com tipo
nefasto de jornalismo que eles fazem).
Enfim,
ciente de todo o significado histórico desta manifestação e seguindo as idéias
que eu sempre prego de que cidadania significa participação nos destinos do
país é que para lá eu acorri.
Sim,
pois é perceptível que uma pequena elite brasileira que foi dona do poder do
estado durante mais de quinhentos anos, tempo durante o qual ela usou-o como se
ele fosse mais uma de suas propriedades privadas e não como propriedade pública
conforme deveria ser, quer se adonar novamente do poder sem ter a legitimidade
do voto. E que se eles conseguirem tal intento irão nos escamotear os novos
direitos conquistados e então, não mais cidadania, não mais oportunidades de
influenciar nos destinos da nação. Apenas a aceitação calada da tirania que irá
se estender por um longo e obscuro período.
Mas
a minha emoção maior foi ter encontrado por lá uma amostra clara do que é o
VERDADEIRO POVO BRASILEIRO, da diversidade étnica, com seus negros, brancos,
índios, pobres, ricos e seus movimentos sociais mais legítimos como o MST, a
CUT, os estudantes, movimentos LGBT e pessoas que não pertencem a nenhuma
organização como eu, mas que para lá acorreram cônscios da necessidade de
lutarmos pela manutenção da democracia, evitando que a casa grande sinta-se livre
para se manter no poder através de golpes jurídicos/midiáticos sempre que não
conseguir obtê-lo pela força do voto.
Enfim
pessoal, não vamos esmorecer diante dos obstáculos que se apresentam à nossa
frente. Devemos continuar em nosso luta para concretizarmos juntos o nosso
sonho coletivo sem darmos chance para que os que nos acenam com o caos possam
triunfar, destruindo nossa utopia e minando nossa força interior.
E
na foto, aí estou eu em meio à manifestação muito bem acompanhado ao lado das
militantes Letícia Jobim e Rose Menezes.
Até
a próxima companheiros e mais uma vez vamos gritar em alto e bom som: NÃO VAI
TER GOLPE, VAI TER LUTA!!!
Jorge
André Irion Jobim
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