O
avanço e a velocidade de informações em nossa sociedade contemporânea é algo
bem visível por todos.
São
inúmeras manchetes e notícias que confundem nossas cabeças provocando um efeito
de quase alienação perante à realidade, ou seja, pode-se dizer que os seres
humanos estão perdendo a capacidade de refletir sobre determinado assunto em
profundidade. Tudo parece estar na superfície e não há como perder tempo. Uma
das consequências dessa pressão e rapidez de eventos e informações é o pânico.
Neste sentido, é necessário abordar a Síndrome do Pânico por um viés clínico,
mas também os efeitos da Globalização sobre os sujeitos.
Como
dissemos, com uma vida sob pressão na qual vivemos fica difícil aprofundar
qualquer questão, como resultado a sociedade atual produz sujeitos cada vez
mais estressados e frustrados por não saber lidar com toda essa informação
acumulada. Dentro da Psicologia Clínica e da Psiquiatria é consensual que a
Síndrome do Pânico tenha raízes na genética do sujeito ou após traumas
profundos (perda de um ente, abuso de drogas pesadas como cocaína e heroína
etc), mas tem-se notado, cada vez mais, sujeitos que não tem qualquer
disposição a desenvolver a doença precisando tomar ansiolíticos e medicamentos
variados para sustentar suas vidas. Isso tem ocorrido cada vez mais cedo.
Propomos
enxergar por um outro viés: o acúmulo de informação e atividades têm produzido
sujeitos incapazes de lidar com situações da vida. Estes, por não conseguirem
atingir um alto nível de compreensão da realidade ou de alguma tarefa
cotidiana, desenvolvem transtornos de ansiedade que mais tarde vão desembocar
na Síndrome do Pânico. Síndrome ou Doença do Pânico é uma doença que atinge boa
parte da população mundial e tem como característica principal o "sintoma
de quase morte" ou de "infarto". O sujeito sente subitamente e
sem uma explicação racional que seus órgãos agem de forma disforme: suor frio,
palpitações, ânsias, tonturas e dor na região do tórax levam o sujeito a pensar
que está tendo um infarto ou enlouquecendo.
O
tratamento, até o momento, consiste em medicação controlada: ansiolíticos e
benzodiazepínicos e terapia. Atualmente, vários conselhos de Psicologia e
Psiquiatria tratam a doença como algo controlável, mas sem cura. O Pânico, o
medo, a insegurança sempre estiveram presentes nos seres humanos, mas
acreditamos que nossa sociedade tem produzido quadros cada vez mais
específicos. Nesse sentido, propomos abrir o debate aos efeitos da Globalização
na vida mental dos sujeitos, isto é, a Globalização possui um lado negro que
precisa ser elucidado para que novos estudos possam vir à luz, auxiliando na
busca de tratamentos novos e diversificados.
Rodrigo
Barreto da Silva Moura - Doutorando em Pensamento Português Contemporáneo - Universidade
Nova de Lisboa (Portugal). Mestre em Literatura Portuguesa - Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Brasil). Bacharel em Letras Português/Francês (UERJ)
e Bacharel em Psicologia Clinica - Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ)
Diário
Liberdade - [Rodrigo Moura]
http://www.diarioliberdade.org/brasil/sa%C3%BAde/57483-s%C3%ADndrome-do-p%C3%A2nico-e-globaliza%C3%A7%C3%A3o.html
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