A
rede de 45 lojas e 700 colaboradores tinha, como um de seus gerentes, um homem
quarentão que não respeitava as subordinadas mais novas.
A
petição inicial da ação trabalhista de uma ex-operadora de caixa revela que
“ele era abusado, fazendo as funcionárias passar por situações vexatórias;
falava que elas ficavam 'gostosas' quando trocavam de uniforme; e sempre dizia
querer intimidades com o ´cofrinho feminino´”.
Na
audiência, o juiz (pertinentemente curioso) pede à reclamante:
-
Explique melhor essa questão do ´cofrinho feminino´.
-
Pois, doutor, além de sempre tentar se esfregar na gente, ele apontava para uma
parte do nosso corpo e dizia que cobiçava o nosso ´cofrinho´. Falava em
´cofrinho´ seguro, símbolo do prazer e que também podia nos garantir algum
dinheiro extra. Dizia também que queria colaborar com a produção, que nossos
´cofrinhos´ eram misteriosos, obscuros, mas produtivos, coisas sem nexo
assim...
O
magistrado fez um sinal de que bastava. Os depoimentos das testemunhas foram na
mesma linha. Uma, porém, especialmente detalhou:
-
Um dia, ele me disse que pagaria o que eu pedisse para ingressar nas
profundezas do meu ´cofrinho´...
A
sentença foi de procedência da ação, deferindo reparação moral de R$ 50 mil.
O
caso chegou ao TRT. No julgamento, a relatora deu aula processual: “Ainda que
não se tenha por preenchido o conceito de assédio sexual no seu estrito sentido
jurídico-penal (artigo 216-A do Código Penal), para fins de responsabilidade
civil extracontratual, com amparo no artigo 927 do CC, o ato ilícito alegado na
petição inicial restou caracterizado – com o que decido, assim, com a aplicação
do artigo 935 do Código Civil”.
Mas
a corte trabalhista entendeu exagerado o valor, reduzindo-o para R$ 30 mil,
mesmo reconhecendo que a conhecida empresa falhou “ao designar para atuar como
gerente, pessoa despreparada, caracterizada, de maneira uníssona nos autos,
como assediador sexual”.
Na
semana passada dois acontecimentos: 1) o apreciador dos ´cofrinhos´ femininos
foi demitido, sem justa causa; 2) a empresa anunciou que vai pagar a conta,
propondo um parcelamento, ante as dificuldades que enfrenta.
Em
dinheiro atualizado, a reclamante receberá R$ 36 mil. Interessante dinheiro
para ingressar na sua poupança. Mas não no seu ´cofrinho´...
Charge.
Gerson Kauer
Fonte:
http://www.espacovital.com.br/noticia-31879-apreciador-dos-acuteltigtcofrinhosltigtacute-femininos
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