Ontem, dia 30 de Julho de 2.015, precisei ir até a Comarca
de Julio de Castilhos com um cliente e na volta, ele me mostrou um acampamento
de MST que há no meio do caminho.
Eu
comecei a tecer elogios ao movimento e notei que ele estranhou as minhas
manifestações. Sim, porque a imprensa e as hostes do retrocesso, aninhadas
todas na casa grande, sempre se encarregaram de demonizar a organização e hoje,
até mesmo pessoas mais simples acham que o MST não passa de um aglomerado de
bandidos invasores de terras alheias.
Nada
disso. Sob o meu ponto de vista, o MST é uma das organizações mais legítimas de
nosso país, eis que emergiu diretamente das classes mais oprimidas pelo poder
econômico brasileiro. Chamá-los de bandidos é um erro crasso que as pessoas
cometem, muitas vezes em virtude do fato de aceitarem passivamente argumentos
adrede e espertamente criados para estigmatizarem o movimento em nome dos
interesses espúrios das classes dominantes, entre elas, a dos grandes proprietários
que teimam em não dar à terra a função social conforme exige a nossa Constituição
Federal, usando-a tão somente para fins especulativos.
É
claro que eu não fico admirado quando vejo a elite indignada com a ascensão das
pessoas despossuídas, manifestar sua rejeição ao MST, mas não me conformo ao
ver pessoas das classes mais baixas de nossa pirâmide social, servirem de inocente-úteis
e ficarem reproduzindo o discurso de ódio aos sem-terra, incapazes de fazerem a
verdadeira interpretação dos fatos históricos e reproduzindo valores
distorcidos que a mídia venal incutiu em suas cabeças.
Ao
longo do tempo eu aprendi a admirar o senhor João Pedro Stedile que é membro da
direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do
qual é também um dos fundadores. Faço questão de assistir a todas as suas
entrevista e colecionar vários de seus artigos e vídeos.
Embora
eu não tenha ainda a proximidade que eu gostaria de ter com o movimento, já
escrevi alguns artigos em sua defesa para blogs e jornais locais, entre eles
Inteligência Ruralista
(http://jobhim.blogspot.com.br/2009/08/inteligencia-ruralista.html) e MST de Luto
(http://jobhim.blogspot.com/2009/08/mst-de-luto.html).
E
graças a tais escritos, eu já recebi ameaças sérias contra a minha pessoa. E,
ao contrário do que aconteceu com a advogada das desprezíveis delações premiadas, não foram
ameaças cifradas ou veladas. Na verdade, em uma delas, um senhor saudosista da
ditadura militar, mandou me dizer que “quando nós tomarmos o poder novamente,
vai ter sangue até as canelas e tu vais ser o primeiro de nossa lista”. Estou
esperando para ver.
Jorge
André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
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